Médicos Sem Fronteiras

Presidente da Médicos Sem Fronteiras Brasil fala sobre a organização no Entrevista Rádio Folha

Durante a entrevista, a psicóloga Renata Santos falou um pouco mais sobre a instituição, como ela atua e como os profissionais, de todas as áreas, podem fazer parte da MSF 

Renata Santos, psicóloga e presidente do Médico Sem Fronteiras (MSF) Brasil, é a entrevistada desta terça-feira (30). - Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

A presidente da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) Brasil, a psicóloga Renata Santos, foi a convidada do Entrevista Rádio Folha desta terça-feira (30).

A organização está no Recife até o próximo sábado (3), com a edição 2024 do evento Transformações, que promove atividades de cultura, lazer, debates e palestras sobre a realidade da instituição.

Durante a entrevista, a presidente do MSF Brasil falou um pouco mais sobre a organização humanitária, que há mais de 30 anos oferece serviços de saúde em contextos de crise humanitária em mais de 70 países.

Presente no Brasil, a organização responde a emergências e catástrofes, promovendo saúde em situações de extrema vulnerabilidade.

"A concentração internacional da MSF é prestar serviços de saúde ao redor do mundo, em mais de 70 países, oferecendo saúde em diversos contextos de clínica humanitária e ambiental", explicou Renata.

A atuação da MSF
Durante a conversa, a profissional detalhou, ainda, algumas das experiências que teve em áreas de emergência climática e conflito, como no Afeganistão, e sobre as maiores dificuldades encontradas nesses locais.

A psicóloga pontuou a atuação da instituição durante a pandemia da Covid-19, e relatou que a organização enfrentou desafios significativos, como a restrição de deslocamento e a necessidade de adaptar a essa capacidade de resposta da equipe em momentos de crise.

"Foi uma situação bastante desafiadora para a organização, um momento de intensificação nos trabalhos, que tivemos muita dificuldade na questão do deslocamento das equipes e dos suprimentos para o enfrentamento da Covid-19. Acredito que essa foi a maior dificuldade para todos que atuam na área. Em muitas ações conseguimos fazer todo esse esquema em menos de 72h, mas na pandemia da Covid não foi possível", disse a presidente.

Renata ainda enfatizou que as dificuldades encaradas pela organização durante a pandemia trouxeram lições valiosas que ajudaram a melhorar a preparação da MSF para futuras emergências.

Renata Santos, psicóloga e presidente do Médico Sem Fronteiras (MSF) Brasil, é a entrevistada da Rádio Folha | Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco.

Tranformações
Sobre o evento Transformações, Renata Santos afirmou que o objetivo é aproximar o público da realidade da MSF, oferecendo informações sobre como os profissionais, de todas as áreas, podem se candidatar para fazer parte da organização e como ela atua.

"Nesta quarta-feira (31), às 19h, teremos uma palestra sobre o trabalho humanitário, contando como é o dia a dia e como fazer para trabalhar com a MSF no Brasil ou em projetos fora do país", anunciou Renata.

A profissional também destacou que o processo de seleção é rigoroso e exige experiência comprovada, "além disso, é necessário ter maturidade e perfil para atuar e se adaptar em contextos desafiadores e situações estressantes", explicou.

A presidente abordou também o trabalho de adaptação cultural necessário para atuar em diferentes nações, além da importância de respeitar as realidades locais e entender as necessidades específicas das populações atendidas.

"Trabalhar em outros países exige maturidade pessoal e profissional, pois você se depara com realidades e culturas muito diferentes da sua. Dessa forma, a MSF trabalha em estreita colaboração com profissionais locais, o que facilita a compreensão do contexto e a eficácia das ações", detalhou a psicóloga.

Médicos Sem Fronteiras
A presidente da organização humanitária destacou que a MSF não se limita a contextos de conflito e emergência em saúde pública. "A instituição também atua em situações de emergência climática, como desastres naturais".

A MSF, segundo Santos, é financiada majoritariamente por doações de indivíduos, o que garante a independência da organização para atuar conforme as necessidades humanitárias, sem influências de governos ou outras entidades.

E enfatizou que, apesar de prestar um serviço humanitário, o trabalho dos profissionais envolvidos é remunarado. 

"Quase 80% dos recursos da MSF vêm de doações de indivíduos, o que nos permite atuar de acordo com as necessidades humanitárias, sem dependência de outros interesses. Além disso, muita gente pensa que por prestar um serviço humanitário de saúde para pessoas em situação de vulnerabilidade nós somos todos voluntários, mas não. Somos todos 'assalariados'", explicou a presidente.

Renata Santos, psicóloga e presidente do Médico Sem Fronteiras (MSF) Brasil | Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernmabuco.

O evento Transformações inclui palestras, debates, exposição e exibições de documentários. Na sexta-feira (2), haverá uma palestra sobre trabalho humanitário e, no sábado (3), exibição de projetos da MSF, além de uma corrida beneficente.

Renata Santos finalizou a entrevista convidando todos a participarem do evento e conhecerem mais sobre a MSF, participando das atividades.

"Espero que todos possam participar do evento Transformações e conhecer mais sobre o trabalho da MSF. É uma oportunidade única de entender como a organização funciona e como você pode contribuir. Eu não conhecia a MSF até 2010. Naquele momento, uma grande enchente havia atingido o sul de Pernambuco e Alagoas e uma equipe da MSF veio avaliar a necessidade de ajuda, e isso despertou meu interesse. Ingressei em 2012 e estou até hoje", contou Renata.