Eleição na Venezuela: chanceler Mauro Vieira acompanha conversa de Lula e Biden sobre Maduro
Os dois países ainda não reconheceram a reeleição e cobram a divulgação de todas as atas de votação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o chanceler Mauro Vieria para acompanhá-lo na conversa por telefone com presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o resultado das eleições da Venezuela. O telefonema acontecerá após um pedido feito pelo presidente americano.
O telefonema estava marcardo para às 15h30 de Brasília, mas o Palácio do Planalto ainda não informou se ele ocorreu. Os dois países ainda não reconheceram a vitória de Nicolás Maduro e cobram a divulgação de todas as atas de votação.
Nesta segunda-feira, o Itamaraty orientou a embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, a não comparecer a proclamação de vitória de Nicolás Maduro. A instrução foi dada pelo chanceler Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores.
O governo brasileiro afirmou, em nota, que o pleito ocorreu com “caráter pacífico” no território, mas que “acompanha com atenção” a apuração dos votos. A postura está alinhada com a de outras lideranças internacionais, que exigiram transparência e não reconheceram imediatamente a reeleição do chavista.
Lula aguarda o retorno ao Brasil do assessor especial Celso Amorim para então comentar publicamente as eleições na Venezuela. O presidente disse a pessoas próximas que quer falar pessoalmente com Amorim antes de opinar sobre o processo eleitoral venezuelano.
Amorim foi enviado por Lula a Caracas para acompanhar o pleito. O assessor especial do presidente afirmou ao GLOBO que a falta de transparência "incomoda" e que esperava os "dados necessários" para se pronunciar sobre o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontou a vitória de Nicolás Maduro.
Amorim retorna ao Brasil nesta terça-feira e a previsão é que o encontro com Lula ocorra até amanhã.
No comunicado, o Itamaraty citou “o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”. O órgão brasileiro disse aguardar a publicação pelo CNE de ‘dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Já o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, expressou a sua “séria preocupação” de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não reflita a vontade do povo. Pouco antes, Blinken havia pedido uma recontagem “justa e transparente” dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela.