Venezuela

Forças de segurança da Venezuela devem garantir o direito de protesto, afirma UE

Chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, se manifestou após morte de 11 pessoas em manifestação na Venezuela

Manifestantes confrontam a polícia de choque durante um protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Puerto La Cruz, na Venezuela - Carlos Landaeta/AFP

As forças de segurança da Venezuela devem garantir o direito de protesto, afirmou nesta terça-feira (30) o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, após a morte de 11 pessoas em manifestações contra a reeleição de Nicolás Maduro.

"Nestes momentos difíceis, é importante apelar para que as manifestações e protestos sejam pacíficos. As forças de segurança devem garantir o pleno respeito aos direitos humanos, especialmente os direitos de manifestação e reunião", declarou em comunicado.

Ao menos onze civis, incluindo dois menores de idade, morreram na Venezuela desde o início dos protestos para reivindicar a vitória do candidato Edmundo González Urrutia nas eleições, segundo a ONG Foro Penal.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo, no entanto, concedeu a vitória ao esquerdista Maduro, que deve iniciar um terceiro mandato.

As forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes na segunda-feira, que afirmam que as eleições de domingo foram fraudulentas.

Segundo as autoridades, Maduro obteve 51% dos votos contra 44% de Edmundo González Urrutia.

A oposição, liderada por María Corina Machado, afirma ter provas de que venceu, enquanto a comunidade internacional pressiona por uma recontagem transparente dos votos.

Borrell afirmou que o CNE "apresentou apenas o resultado correspondente a 80% da apuração, sem fornecer qualquer fonte ou sistema que permita verificação".

"Com este resultado parcial e não verificável, o CNE declarou a vitória de Nicolás Maduro.

Em uma democracia, os resultados devem ser completos e verificáveis de forma independente para serem reconhecidos", acrescentou.

A UE exortou o CNE a facilitar "acesso imediato às atas de votação de todas as mesas eleitorais".

"Até que as autoridades publiquem as atas e elas sejam verificadas, os resultados anunciados não poderão ser reconhecidos", enfatizou o comunicado.