Plano do governo para IA prevê "nuvem nacional" e bolsas de doutorado no exterior
Iniciativas planejadas também incluem modelo de linguagem em português e data centers com energia renovável
O Plano Nacional de Inteligência Artificial, apresentado nesta terça-feira pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, prevê a utilização da tecnologia em uma série de áreas. Uma das ideias é uma infraestrutura de armazenamento em nuvem de dados do serviço público brasileira. Também há um planejamento para investir em capacitação, inclusive com bolsas de doutorado no exterior.
O documento, batizado de Plano IA para o Bem de Todos, foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a quinta edição da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O texto foi aprovado na segunda-feira pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), órgão consultivo da Presidência. O plano ainda será validado pelo Palácio do Planalto antes de entrar em vigor.
Um dos itens é a chamada "nuvem soberana", uma estrutura de armazenamento que seria gerida pela DataPrev. A ideia é proteger dados sigilosos. Atualmente, são utilizados serviços de empresas estrangeiras. A previsão de gasto é de R$ 1 bilhão.
"Não vamos depender da capacidade de armazenamento que hoje é muito depositada nas grandes empresas internacionais. Precisamos de uma nuvem brasileira. Está previsto que o computador que vai ter essa função será o da DataPrev, porque ele já reúne melhor as condições para dar esse impulso ", explicou a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, após o evento.
Também está previsto um programa de formação em IA, que contará com bolsas de estudo para iniciação científica, mestrado e doutorado em IA, e com a criação de cursos de graduação focados na tecnologia. Ainda serão oferecidas bolsas de doutorado no exterior.
Outra meta é o auxílio ao desenvolvimento de um grande modelo de linguagem (LLM) especializado em português. Essa tecnologia é utilizado em ferramentas como o ChatGPT.
Ainda estava previsto o apoio à criação de centros de processamentos de dados (data centers) no Brasil, que seriam alimentos com energia renovável. A prioridade é que essas estruturas fiquem nas regiões Norte e Nordeste.