Venezuela

Venezuela: Lula diz que PT "fez o que tem de fazer" em nota que reconhece vitória de Maduro

Brasil não reconheceu vitória e pede divulgação de detalhes

Lula - Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que o Partido dos Trabalhadores (PT) tenha se precipitado em nota que reconhece a reeleição do presidente venezuelano Nicolás Maduro, e disse que a sigla "fez o que tem de fazer".

A Executiva Nacional do PT publicou na noite da segunda-feira uma nota tratando Maduro como "presidente agora reeleito" após a homologação dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral sob protestos da oposição e de diferentes países.

O Brasil e outros países ainda não reconheceu o resultado. Lula chamou as eleições no país de "processo normal". Protestos que eclodiram na Venezuela, que desde a segunda, deixaram 11 pessoas mortas e mais de 700 detidas.

Em nota assinada pela executiva, o partido do presidente brasileiro classificou o processo eleitoral do país vizinho como uma "jornada pacífica, democrática e soberana" e disse que espera que o governo eleito "continue o diálogo com a oposição". Lula, por sua vez, pediu divulgação dos atos de votação.

"Eu acho que o PT fez o que tem de fazer. O PT não tem de pedir para o governo para fazer as coisas. O PT é um partido que tem autonomia, embora seja o meu partido, não precisa pedir licença para mim (...) Eu, na hora em que estiveram apresentadas as atas, e for consagrado que as atas são verdadeiras, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela ", declarou o presidente.

Lula deu as declarações em entrevista à TV Centro América, de Mato Grosso. O presidente ainda declarou acreditar que as eleições venezuelanas foram um "processo normal":

"Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo, o que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de provar que não concordam e o governo tem o direito de provar que está certo."

O presidente brasileiro minimizou a crise no país vizinho e disse não ver "nada de grave" ou " de assustador" na situação. Também afirmou que o processo eleitoral foi "pacífico" e que "não houve violência".

Após as eleições presidenciais realizadas no último domingo, Maduro foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela vencedor do pleito e apto a exercer seu terceiro mandato, no período de 2025 a 2030.

Ele foi proclamado vitorioso, segundo o CNE, com 51,21% dos votos contra 44% de Edmundo González, o segundo colocado. O resultado foi questionado pela oposição, que cita fraude nas urnas.