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Café: Sebrae lança programa que estimula manejo eficiente para produtores de Taquaritinga do Norte

Um dos objetivos é capacitar produtores a fim de garantir a segurança alimentar e, principalmente, que as empresas atendidas permaneçam viáveis sob as perspectivas econômica, social e ambiental

Algumas marcas de cafés são exportadas para países como a China, Estados Unidos, Chile e Portugal - Divulgação/Sebrae/PE

O município de Taquaritinga do Norte, no Agreste pernambucano, conhecido pelo frio e belezas naturais, também se destaca pela produção de café. Impulsionado pelo clima, a cerca de 900 metros de altitude, e pela produção agroflorestal, o município é responsável por cerca de 70% da produção do café em Pernambuco.

Para valorizar ainda mais a atividade cafeeira e melhorar a produção desses empreendedores, o Sebrae/PE, em parceria com a Adepe (Agência de Desenvolvimento de Pernambuco), está desenvolvendo um programa de manejo eficiente na produção de café da cidade. O investimento é de cerca de R$ 308 mil e beneficia 20 produtores.

O programa de Manejo Eficiente da Produção de Café em Taquaritinga do Norte, município também conhecido como Dália da Serra, teve início em setembro de 2023 e tem previsão de término para março de 2025. As consultorias vão desde o aperfeiçoamento e melhoria do manejo - visando um melhor aproveitamento, aumento de produção e menores custos -, até a apresentação final do produto por meio de embalagens adequadas à legislação, além de curso de barista, site e mídias digitais para divulgação dos produtos.

“O objetivo do programa é capacitar os produtores a fim de garantir a segurança alimentar e, principalmente, que as empresas rurais atendidas permaneçam viáveis sob as perspectivas econômica, social e ambiental, além potencializar os ganhos da produção a partir da integração da atividade à vocação turística do município, ampliando o potencial desenvolvimento econômico da região”, diz Fabiana Santos, analista técnica do Sebrae/PE.

Um dos participantes do programa é Antônio Salles Barbosa de Menezes, proprietário da marca Café Sítio Gameleira. No sítio de mesmo nome, ele produz, em média, 1.500 quilos de grãos por safra (anual). “O café de Taquaritinga do Norte se destaca pela doçura e por ser um café que transmite ao apreciador uma sensação única de sabores e aromas típicos de frutas e até florais. Temos cafés especiais que já ganharam prêmios, estiveram em competições internacionais”, diz o produtor.

Ele explica que, no município, o cultivo é feito no sistema agroflorestal, com o café em meio a outras árvores de grande porte, inclusive em locais onde há árvores nativas, harmonizando a agricultura com a floresta. “Esse é um projeto que está trazendo conhecimento e inovação, mudanças de hábitos desde o plantio até a xícara. Com isso, a agricultura cafeeira em Taquaritinga do Norte tende a melhorar consideravelmente”, acrescenta.

Outro empreendedor que participa do programa de qualificação é Fidel Borges, que produz de 48 a 55 sacas de café por ano e vende com a marca “Café das Dállias”. “Uma coisa que a gente se orgulha é de produzir a Arábica Typica, uma variedade rara hoje no mundo, que produz menos, mas em compensação tem um sabor diferenciado”.

Dados da Prefeitura de Taquaritinga do Norte apontam que o município conta com mais de 300 plantadores de café, responsáveis pela produção de 800 a 1.200 sacas por ano. O cultivo é feito com a variedade Arábica Typica, que chegou ao Brasil em 1727 e, atualmente, só é produzida para fins comerciais em Pernambuco e no Ceará, sendo uma das mais valorizadas. Algumas marcas de cafés são exportadas para países como a China, Estados Unidos, Chile e Portugal.