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Rússia ocupou cerca de 200 km² no leste da Ucrânia em julho

O avanço russo em julho segue sendo metade do de maio (449 km²), no início da nova ofensiva na região de Kharkiv

O BMP ucraniano Bradley anda em uma estrada não muito longe da cidade de Toretsk, região de Donetsk, em meio à invasão russa na Ucrânia - Anatolii Stepanov / AFP

A Rússia tomou o controle de cerca de 200 km² do território ucraniano no mês de julho, sobretudo na região de Donetsk, acelerando seus avanços em relação ao mês anterior, segundo análise da AFP com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), dos EUA.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, considera que a proibição imposta à Ucrânia de atacar com armas ocidentais o território russo e a falta de assistência material são as causas dos avanços russos nos últimos meses.

"Pensam que é possível deter os russos se apenas três das 14 brigadas ucranianas estiverem equipadas?", interrogou, durante uma entrevista concedida a vários veículos de comunicação franceses, inclusive a AFP, realizada na terça-feira e publicada nesta quarta.

No entanto, o avanço russo em julho segue sendo metade do de maio (449 km²), no início da nova ofensiva na região de Kharkiv.

Desde o início de 2024, a Rússia tomou 1.246 km² do território ucraniano. Este progresso se mantém limitado, pois equivale a 0,2% do território ucraniano em 2014, e não resultou em nenhum avanço decisivo, apesar das grandes perdas.

Entre 1º e 30 de julho, Moscou ocupou 198 km², dos quais pouco mais de três quartos na região de Donetsk (leste), onde as forças russas avançam para as cidades de Pokrovsk, Toretsk e Chasiv Yar, para assim poderem atacar Kramatorsk e Sloviansk.

Entre 24 de fevereiro de 2022 e 30 de julho de 2024, a Rússia tomou o controle de 65.776 km² do território ucraniano.

Com a anexação da Crimeia em 2014 e as áreas do leste sob controle russo antes do início da invasão, a Rússia ocupa 107.956 km², ou seja, 18% do território ucraniano, de acordo com suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Os cálculos da AFP foram feitos a partir dos arquivos publicados diariamente pela ISW, que se baseia em informações públicas divulgadas por ambas as partes e na análise de imagens de satélites.