Estudante britânico 'morre' por 25 minutos após ser internado com graves queimaduras de sol
Conhecida como 'coração dilatado', a condição deixa o órgão maior do que o normal, o que pode prejudicar o sistema circulatório
Após sofrer graves queimaduras de sol em New Hampshire, nos Estados Unidos, em junho, Charlie Vincent, de 20 anos, foi internado em um hospital e descobriu uma doença cardíaca rara.
No primeiro momento, os médicos constataram que o estudante universitário britânico estava com pneumonia, e, por isso, o jovem foi submetido a cirurgia para remover o tecido danificado do pulmão.
De acordo com sua irmã, Emilly Vincent, o estudante foi para New Hampshire trabalhar em um acampamento de verão, ensinando crianças a andar de canoa.
No entanto, durante o primeiro treinamento na água, o sol o deixou com queimaduras de segundo grau nas pernas.
Isso, portanto, foi apenas o começo do que se tornaria uma grave emergência médica para o jovem. Enquanto estava na mesa de cirurgia, Vincent sofreu uma parada cardíaca por 25 minutos – o que significa que ele estava clinicamente morto – e um pequeno derrame.
Depois de ser reanimado, ele foi transferido para o Centro Médico Tufts, em Boston, também nos Estados Unidos, onde ficou em coma induzido por cerca de uma semana.
Segundo Emilly, a origem do problema é uma doença chamada cardiomegalia, que, até então, o jovem desconhecia que tinha. Também conhecida como “coração dilatado”, a condição deixa o órgão maior do que o normal, o que pode prejudicar o sistema circulatório.
Ainda de acordo com a irmã do estudante, "felizmente [os médicos] conseguiram trazê-lo de volta, mas seu coração, pulmões, fígado e rins tiveram que ser bombeados por máquinas, o deixando em coma induzido no hospital universitário de Boston".
Coração dilatado
O coração aumentado faz com que o órgão trabalhe mais do que o normal para bombear o sangue do corpo. De acordo com a Rede D'Or São Luiz, o maior grupo hospitalar do Brasil, em muitos casos, a cardiomegalia não causa sintomas no paciente, e só é diagnosticada quando é realizado algum exame de imagem. Por isso, Charlie precisou ser internado com as queimaduras na perna para, assim, descobrir a doença.
"Em determinado momento, eu simplesmente não conseguia ver como Charlie sobreviveria. Foi de partir o coração, um inferno. É, definitivamente, um milagre que ele ainda esteja aqui", disse Emilly, de 24 anos, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.
A jovem contou que os médicos não tinham certeza de como Charlie havia contraído a pneumonia. Mas suspeitava-se que sua condição cardíaca tivesse piorado devido à uma infecção respiratória, resultando no ataque cardíaco e derrame durante a cirurgia.
"Quando tentaram operá-lo, ele morreu e levaram 25 minutos para trazê-lo de volta à vida", acrescentou a irmã do estudante.
"No segundo hospital que ele foi transferido, nos disseram que ele tinha o coração dilatado e que continuava a aumentar. [Os médicos] acham que esse problema é algo que ele tem desde criança, mas nunca percebemos nada. Ele sempre foi um menino saudável e nunca demonstrou problemas cardíacos antes" , relembrou Emilly.
Os médicos, no entanto, disseram que ele pode precisar de um transplante de coração e dos dois rins no futuro, caso seus órgãos não se recuperem do trauma sofrido.
Criada pela família para ajudar a cobrir os custos do tratamento, uma página do GoFundMe arrecadou quase R$ 81.900 desde o dia 9 julho, quando a "vaquinha" foi publicada.
Na página, Emilly Vincent atualizou o atual estado de saúde de Charlie:
"Após uma semana no hospital, Charlie está começando a melhorar lentamente. Ele conseguiu remover sua máquina de ecmo, que estava bombeando seu coração, e também a que bombeava seus pulmões. Ele ainda tem uma máquina para seus rins e está em diálise. Está lentamente começando a acordar, mas está tomando tantos analgésicos que ainda não está fora de perigo. Mas a melhora de até agora tem sido incrível e, como família, estamos muito orgulhosos do pequeno lutador que ele é", escreveu a jovem.