Turquia segue sem Instagram apesar da retirada de 2.500 conteúdos no primeiro semestre
A proibição de acesso poderá ser suspensa "imediatamente" se o Instagram atender "às condições exigidas", disse ministro turco
O acesso ao Instagram permaneceu bloqueado nesta terça-feira (6) na Turquia pelo quinto dia consecutivo, apesar de a plataforma ter removido quase 2.500 conteúdos no país nos primeiros seis meses de 2024 em resposta a solicitações das autoridades.
De acordo com um relatório publicado em 31 de julho pela Meta, sediada nos EUA e proprietária do Instagram, o aplicativo removeu 2.445 conteúdos na Turquia durante os primeiros seis meses de 2024, 1.941 deles a pedido das autoridades turcas.
A grande maioria dessas solicitações, 1.894 no total, dizia respeito a conteúdo coberto por uma lei sobre os chamados crimes de "catálogo", que variam de abuso infantil a uso de drogas.
Apesar da remoção desse conteúdo, as autoridades turcas censuram o Instagram por não respeitar essa lei.
"Bloqueamos o acesso porque o Instagram não respeitou nossos avisos anteriores sobre os chamados crimes de catálogo", insistiu o ministro turco dos Transportes, Abdulkadir Uraloglu, nesta terça-feira.
"Até mesmo as condolências expressas pela [morte do chefe do Hamas] Ismail Haniyeh, que foi brutalmente assassinado, não são toleradas por essa plataforma. Se há censura ou bloqueio, é por parte deles", acrescentou.
A proibição de acesso poderá ser suspensa "imediatamente" se o Instagram atender "às condições exigidas", disse ele.
O bloqueio ao aplicativo ocorreu depois que o diretor de comunicação da Presidência turca, Fahrettin Altun, fez acusações de "censura".
Altun afirmou que o Instagram "impede as pessoas de publicarem mensagens de condolências pelo martírio de Haniyeh".
"Enfrentamos um fascismo digital que não pode tolerar nem os fotos de mártires palestinos sem proibi-las de imediato", afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta terça-feira (5).
O movimento islamista palestino Hamas é considerado uma organização "terrorista" pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel, mas é qualificado de "movimento de libertação" pela Turquia.