Rússia luta contra incursão ucraniana em província fronteiriça
O governador interino da província de Kursk, Alexei Smirnov, informou na rede social Telegram que cinco civis morreram durante o dia
A Rússia lutou nesta terça-feira (6) contra uma incursão em uma província fronteiriça com a Ucrânia, após várias operações similares nos últimos meses por um grupo de combatentes pró-ucranianos, disse o Ministério da Defesa de Moscou.
O governador interino da província de Kursk, Alexei Smirnov, informou na rede social Telegram que cinco civis morreram durante o dia em ataques ucranianos nesta província russa.
"O inimigo tentou novamente penetrar hoje o território da província de Kursk", indicou o Ministério da Defesa russo nesta terça-feira à noite em um comunicado.
"Os disparos de artilharia, os ataques da aviação militar e de drones de ataque causam danos ao inimigo", acrescentou, usando uma formulação que sugere que a incursão segue em curso.
Em uma mensagem precedente divulgada no Telegram, o ministério garantia que as forças ucranianas estavam sendo repelidas do território russo, mas esta afirmação desapareceu no último comunicado.
Em um breve vídeo publicado na mesma plataforma e que teria sido gravado nesta terça-feira durante os combates na fronteira, é possível ver um tanque ucraniano sendo atingido por um projétil.
Previamente, a Rússia anunciou o envio de forças da reserva para contra-atacar a incursão das forças ucranianas que, segundo Moscou, contavam com 300 soldados, 11 tanques e cerca de vinte outros veículos blindados.
O ministério russo garante ter destruído 16 veículos deste tipo.
Segundo o governador Smirnov, os combates acontecem nos distritos russos de Sudzha e Korenevski. "A artilharia e a aviação atingiram o inimigo" ucraniano, garantiu.
Consultado pela AFP, um porta-voz do Exército ucraniano não quis comentar a situação na fronteira.
As forças russas "fracassam em sua defesa" da província de Kursk, garantiu Andri Kovalenko, funcionário do conselho nacional de segurança e defesa ucraniano, sem dar mais detalhes.
O governador russo também reportou nesta terça-feira "bombardeios em massa" e ataques de drones ucranianos contra sua província, que causaram pelo menos três mortes de civis e deixaram 13 feridos, incluindo quatro crianças.
Em uma mensagem à tarde, ele acusou a Ucrânia de atingir com um drone uma ambulância, resultando na morte do motorista e de um paciente. Um médico ficou ferido.
Pressão nas zonas fronteiriças
Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, ocorreram várias incursões de combatentes armados em território russo.
Em várias ocasiões, foram reivindicadas pela "Legião Liberdade da Rússia" e pelo "Corpo de Voluntários Russos", grupos que se apresentam como combatentes russos partidários de Kiev e classificados como "organizações terroristas" por Moscou.
Suas operações aumentam a pressão sobre as localidades russas próximas à Ucrânia, submetidas regularmente a bombardeios mortais em retaliação aos ataques russos no território ucraniano.
As forças russas afirmam ter repelido essas incursões em todas as ocasiões, embora às vezes tenham sido obrigadas a usar sua artilharia e sua aviação.
Em maio, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou uma ofensiva contra a província de Kharkiv, no nordeste, com o objetivo de criar uma zona tampão e proteger assim seu território próximo à Ucrânia, embora até agora sem o efeito desejado.
No sul, as autoridades pró-russas da província parcialmente ocupada de Kherson informaram sobre outro ataque ucraniano no istmo de Tendra, no Mar Negro.
Segundo Vladimir Saldo, um responsável pela ocupação russa, as tropas de Kiev desembarcaram com 12 lanchas apoiadas por drones de ataque.
"Três embarcações foram destruídas e afundadas com suas tripulações, enquanto as outras bateram em retirada após sofrerem perdas", afirmou.
Na frente oriental, foi a Rússia que reivindicou avanços com a tomada do vilarejo de Tymofiivka, situado no caminho até a cidade de Pokrovsk.
As forças russas ganharam terreno nas últimas semanas nesse setor, e o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reconheceu que a situação no local é "difícil".