Itaú Unibanco ainda não decidiu como tratar e alocar recuperação da Americanas, diz Maluhy
No banco, parte da provisão foi feita com a realocação de provisões complementares que já estavam no estoque
Na conversão de dívidas da Americanas em ações da companhia, o Itaú Unibanco reduziu sua participação no capital da empresa de forma relevante, de acordo com o presidente do banco, Milton Maluhy. Segundo ele, isso vai gerar uma recuperação de crédito que o Itaú ainda vai definir como tratará no próximo balanço.
"Nós ainda não decidimos como tratar e alocar essa recuperação", disse ele, em teleconferência para comentar os resultados do banco no segundo trimestre.
O Itaú fez provisões equivalentes a todo o crédito que tinha a receber da Americanas no balanço do quarto trimestre de 2022, divulgado em fevereiro do ano passado, após a empresa entrar em recuperação judicial.
No banco, parte da provisão foi feita com a realocação de provisões complementares que já estavam no estoque, e outra parte veio de novas provisões.
Maluhy disse que a redução de exposição do banco à Americanas foi "relevante". "A participação que temos na Americanas hoje é ínfima, irrelevante", afirmou.
A Americanas recebeu uma capitalização de R$ 24 bilhões no último mês, sendo R$ 12 bilhões dos três acionistas de referência da empresa, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e R$ 12 bilhões dos credores, que converteram dívida em ações na proporção do que tinham a receber
Os três acionistas de referência não poderão vender os papéis por três anos. Já os bancos poderiam vender boa parte de sua posição no dia seguinte à entrega dos papéis.