EUA alerta Maduro sobre maior pressão internacional se líderes opositores forem presos
"Se Maduro decidir fazer isso, a comunidade internacional será ativada de uma forma que ele não poderia imaginar" disse o embaixador da OEA
O embaixador dos Estados Unidos na OEA, Francisco Mora, advertiu o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, nesta quinta-feira (8), que ele enfrentará pressão internacional "além de seus sonhos mais loucos" se as autoridades prenderem os líderes da oposição Maria Corina Machado e Edmundo Gonzalez Urrutia, que Washington considera o vencedor das eleições.
"Se Maduro decidir fazer isso, a comunidade internacional será ativada de uma forma que ele não poderia imaginar, e acho que seus esforços para fraturar e dividir a comunidade internacional terão fracassado totalmente", disse o embaixador da Organização dos Estados Americanos ao Atlantic Council, um grupo de reflexão com sede em Washington.
Tal cenário, "creio eu, seria um passo que poderia mobilizar ainda mais a comunidade internacional, mesmo aqueles que são um pouco simpáticos e não querem agitar muito as coisas na Venezuela", disse Mora.
O embaixador advertiu que se espera que os Estados Unidos adotem uma resolução mais forte na OEA se Maduro prender seus oponentes.
Os Estados Unidos, a União Europeia e países latino-americanos, como Argentina e Peru, acreditam que González Urrutia venceu a eleição, e até mesmo muitos governos aliados a Maduro, como o Brasil, pediram que ele entregasse os registros da votação.
O presidente venezuelano, por sua vez, pediu a prisão de González Urrutia e Machado, enquanto ele foi à Câmara Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de servir ao chavismo, para certificar sua vitória.
González Urrutia, que representa a líder inabilitada Machado, desafiou a intimação do TSJ na quarta-feira depois de denunciar fraude e alegar ter provas de que venceu as eleições de 28 de julho.