Amazônia

Satélite mostra fumaça das queimadas na Amazônia e Pantanal chegando ao Sul e Sudeste do Brasil

Serviço de monitoramento atmosférico da Terra da União Europeia aponta migração diante do inicio precoce dos incêndios sazonais no Brasil e na Bolívia

Amazônia - Divulgação/TV Brasil

Imagens de satélite divulgadas pelo serviço de monitoramento atmosférico do Programa de Observação da Terra da União Europeia (Copernicus ECMWF) apontam uma "enorme quantidade de fumaça em toda a América do Sul" após o início precoce das queimadas sazonais no Brasil e na Bolívia.

Os registros mostram o vapor resultante do fogo na Amazônia e dos incêndios recordes no Pantanal chegando ao Sul e Sudeste do país.

A imagem mostra o cenário na madrugada de terça-feira (6), revelando o "transporte da fumaça para o Atlântico Sul antes das mudanças de direção do vento".

Como mostrou o GLOBO, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Pantanal, pela primeira vez desde o crescimento do fogo, na semana passada. A iniciativa ocorreu em um momento em que as ações do governo têm sido insuficientes para conter os incêndios no bioma.

De janeiro a julho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve 4.696 focos de incêndio, número 11% superior aos 4.218 até julho de 2020, na gestão Jair Bolsonaro. Era o valor mais elevado para o período.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 890 profissionais do governo federal atuam na crise, entre integrantes das Forças Armadas (491), do Ibama e do ICMBio (351), da Força Nacional de Segurança Pública (38) e da Polícia Federal (10). São usadas 15 aeronaves e 33 embarcações. O efetivo é três vezes maior do que o empregado até o dia 28 de junho. Além disso, o governo federal liberou R$ 137 milhões de créditos extraordinários para o combate ao incêndio.

Na região Norte, o número de queimadas na Amazônia no mês de julho foi o maior registrado em duas décadas. Entre os dias 1 e 31, foram localizados 11.145 focos de queimadas no bioma, o maior número para o mês desde 2005, de acordo com dados do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O registro é 93% maior que os 5.772 focos registrados em julho do ano passado e 111% maior que a média para o mês nos últimos 10 anos (5.272). De acordo com os dados, a situação se agravou na Amazônia nos últimos dias: dos mais de 11 mil focos de queimadas registrados em julho, metade ocorreu nos últimos oito dias do mês.

Em julho, as queimadas na Amazônia se concentraram nos estados do Amazonas (37% dos focos registrados no bioma) e Pará (29%). O Amazonas teve 4.072 focos registrados no mês e o Pará 3.265. Os dois estados são também os que tiveram mais alertas de desmatamento registrados no mês de julho pelo sistema Deter, do Inpe: 182 mil km2 (42%) e 115 mil km2 (27%), respectivamente.

Nos primeiros sete meses do ano, de 1 de janeiro a 31 de julho, a Amazônia acumulou 24.462 focos de fogo, sendo que as queimadas de julho correspondem a 44,8% desse total.

O número de focos de queimadas acumulado em 2024 na Amazônia é também o maior desde 2005. O dado é o quarto maior da série histórica do Deter, iniciada em 1998, sendo superado apenas pelos anos de 2003, 2004 e 2005. Naqueles anos, porém, a Amazônia tinha níveis muito mais altos de desmatamento, que é historicamente associado a queimadas.

Este ano, por outro lado, o desmatamento está em queda.Em julho, as queimadas na Amazônia se concentraram nos estados do Amazonas (37% dos focos registrados no bioma) e Pará (29%). O Amazonas teve 4.072 focos registrados no mês e o Pará 3.265. Os dois estados são também os que tiveram mais alertas de desmatamento registrados no mês de julho pelo sistema Deter, do Inpe: 182 mil km2 (42%) e 115 mil km2 (27%), respectivamente.