SÃO PAULO

Pés em formato de coração: entenda a malformação congênita rara de bebê que conquistou a web

Menino foi diagnosticado com ectrodactilia

Pés em formato de coração: entenda a malformação congênita rara de bebê que conquistou a web - redes sociais/reprodução

Com mais de 26 mil seguidores nas redes sociais, Matteo Barboza, de 1 ano, conquistou a web com seus pés em formato de coração e por esbanjar carisma.

Nascido no dia 4 de março de 2023, em São Paulo, o menino foi diagnosticado com ectrodactilia, uma malformação congênita rara, que é caracterizada pela falha no desenvolvimento dos elementos centrais das mãos e dos pés.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a ectrodactilia é caracterizada pela ausência de um ou mais dedos centrais nas mãos ou pés, resultando em uma fenda mediana nos membros.

A ectrodactilia pode se apresentar de duas formas:

Forma Típica: Caracterizada por uma fenda em forma de V, onde há ausência dos ossos do metacarpo e das falanges.

Forma Atípica: Caracterizada por uma fenda em forma de U, causada por defeitos nos ossos do metacarpo dos quirodáctilos mediais.

Além disso, ainda segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a ectrodactilia pode ocorrer isoladamente (forma não sindrômica) ou associada a outras malformações (forma sindrômica), como displasia ectodérmica e fenda palatina. A condição tem herança autossômica dominante com penetrância variável, e a incidência varia entre 1 a cada 90 mil nascidos vivos (no acometimento bilateral, mais comum) a 1 para cada 150 mil nascidos vivos (no acometimento unilateral).

Além da ectrodactilia, o bebê também foi diagnosticado com displasia renal bilateral, que é um desenvolvimento incompleto dos rins.

Segundo a Orphanet, um site que reúne informações sobre doenças raras, a malformação do trato renal é caracterizada pelo desenvolvimento anômalo ou incompleto de ambos os rins. As pessoas que têm a condição podem ser assintomáticas. No entanto, nos casos graves, o risco de insuficiência renal na infância é elevado.

A gestação de Matteo
Nas redes sociais, Letícia disse que o diagnóstico veio aos cinco meses de gestação. Um mês depois, em um ultrassom de rotina, os médicos viram que o líquido amniótico estava muito baixo e ela precisou passar 15 dias internada no Hospital das Clínicas.

"Todos ficaram muito apreensivos com a notícia, pois naquelas condições, segundo alguns médicos, ele não sobreviveria", desabafou a mulher, em um post.

A reta final da gravidez também não foi nada fácil. Em casa, a mãe precisava monitorar o líquido amniótico, fazer ultrassom duas ou três vezes na semana, ir ao hospital com frequência, controlar os chutes, beber muita água e fazer repouso até completar 37 semanas, que foi quando Matteo nasceu.

Assim que veio ao mundo, o bebê também precisou ficar 55 dias internado com "muitos furos, muitas perdas de acesso, muitos vômitos, adaptação de remédios e procedimentos cirúrgicos".