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Petrobras descarta novos aumentos de combustíveis para evitar queda de participação de mercado

Mada Chambriard, presidente da estatal, participou de coletiva de imprensa nesta sexta-feira

Petrobras - Fernando Frazão/Agência Brasil

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, descartou novos aumentos nos preços dos combustíveis. Ela participou de uma coletiva de imprensa online para falar sobre os resultados do segundo trimestre deste ano, quando a empresa registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões.

Estamos muito atentos à tendência dos preços internacionais e aos nossos concorrentes. Quando observamos os últimos meses de venda de combustíveis, vemos uma ligeira perda de market share (participação de mercado).

É sutil, mas existe. E isso mostra que estamos absolutamente certos na nossa estratégia de preços. Aumentar o preço agora é abrir mão de market share, o que não está nos nossos planos.

Claudio Romeo Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da estatal, disse que o diesel não foi reajustado em julho devido aos preços baixos do diesel russo que chega ao Brasil. Mês passado, houve alta na gasolina e no GLP, o gás de botijão.

Rlam não é prioridade
Magda disse ainda que a recompra da refinaria da Bahia (chamada de Mataripe e antes de Rlam), vendida ao fundo árabe Mubadala no governo Bolsonaro, não é prioridade. Nos últimos meses, os árabes iniciaram uma conversa com a estatal para revender a unidade para a estatal.

"A Rlam não é minha prioridade. É um negócio como outro qualquer. Mas brinco com meus diretores que estou aceitando doações", disse ela.

Petrobras inicia operacao da Rota 3
Após mais de dois anos de atraso, a Petrobras inicia nesta sexta-feira a operação da Rota 3, gasoduto que liga campos do pré-sal ao Comperj, hoje chamado Gaslub, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

"Anunciamos hoje o início da operação do gasoduto Rota 3, uma entrega relevante para o Estado do Rio e para o aumento da disponibilidade de gás em todo o território brasileiro ", adiantou Magda.

A capacidade total do Rota 3 é de 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia, afirmou Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da estatal.

"Ao chegar em terra, esse gás é tratado por uma unidade de tratamento, composta por dois trens. O primeiro trem que entra em operação tem capacidade para processar 10,5 milhões de metros cúbicos por dia, e o segundo trem entrará em operação um mês depois ", disse ela.

Em maio deste ano, a estatal lançou um processo de licitação para construir uma planta de lubrificantes e concluir a refinaria prevista no projeto original do polêmico Comperj.

Após a revelação dos casos de corrupção com a Operação Lava Jato, as obras no complexo foram interrompidas em 2015. Desde 2008, quando começaram as obras de terraplanagem em Itaboraí, a estatal já contabilizou um prejuízo de pelo menos US$ 14 bilhões com o complexo, resultado de pagamento de propinas, obras superfaturadas e mudanças no projeto.

Após concluída, a refinaria vai produzir 75 mil barris por dia (bpd) de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação do tipo 1, ambos com baixo teor de enxofre. Haverá ainda a produção de 12 mil bpd de óleos lubrificantes em uma outra planta.