SALVADOR

Origem Convida reúne Fabrício Lemos, Lisiane Arouca, Alejandro Chamorro e Pía Salazar em Salvador

Evento do restaurante Origem promove intercâmbio cultural entre chefs baianos e de outras partes do mundo

Origem Convida Equador: troca cultural - Leonardo Freire/Divulgação

Quantos quilômetros separam a Bahia do Equador? Segundo o Google, são quase oito mil quilômetros entre as cidades de Salvador e Quito.

Distância continental que foi devidamente encurtada pelo encontro de quatro dos mais talentosos cozinheiros da América Latina, no último dia 31, durante o evento Origem Convida Equador, no prestigiado restaurante Origem, de Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, na capital soteropolitana. 

 
 
 
 
 
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Fabrício e Lisiane cozinharam com Alejandro Chamorro e Pia Salazar, do restaurante equatoriano Nuema - atual 11º melhor restaurante da América Latina e 61º do Mundo, segundo o The World’s 50 Best Restaurants. Pía, ainda, levou a distinção de Melhor Confeiteira do Mundo 2023 pelo mesmo ranking.

Sobremesas de Lisiane e Pía para o Origem Convida. Crédito:  Leonardo Freire/Divulgação

Por sua vez, entre os principais reconhecimentos conquistados pela casa baiana, o mais recente é integrar a lista dos 100 melhores lugares para se estar, segundo a revista norte-americana Time.

O restaurante Origem é isso: território com sotaque predominantemente baiano, mas com o radar ligado ao que acontece fora dali. 

Troca cultural
Encontros como estes rendem mais do que um menu deslumbrante assinado a oito mãos. No Origem Convida Equador, uma feliz coincidência corroborou para o jantar não ter momento 'morno': Fabrício e Alejandro são cozinheiros e Lisiane e Pía, exímias confeiteiras, o jantar foi impecável de ponta a ponta. 
 

Fabrício Lemos e Lisiane Arouca / Alejandro Chamorro e Pía Salazar. Créditos: Leonardo Freire/Divulgação e Divulgação

Segundo o anfitrião, o sucesso da edição Origem Convida Equador se deu muito pela afinidade entre os casais.

"Assim como nós, eles têm respeito ao ingrediente e foco no sabor", comentou Fabrício, que destacou ainda o cacau como elo entre as duas culturas. O Equador é conhecido pelo bom cacau, assim como a Bahia.

Passear por um território em comum, entretanto, não parou no chocolate.

De lá e de cá
"Percebemos que os pratos baianos têm muita semelhança com a gastronomia da região norte do Equador, onde o uso do coco e de produtos do mar é predominante, com uma clara influência afrodescendente", destacou o casal Alejandro e Pía, que ainda levam na memória a importância do azeite de dendê para a cozinha baiana.
 

 
 
 
 
 
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"O azeite de dendê é muito peculiar e com grande valor gastronômico. Ensopados profundos, como a moqueca, são próximos ao encocao equatoriano. A utilização do amendoim no bobó como tempero essencial do prato é muito parecida ao uso no sango no Equador, já que o amendoim é um ingrediente básico na comida do Equador, assim como a mandioca, um ingrediente que compartilhamos com todo o Brasil", complementou o casal equatoriano. 

Fabrício e Lisiane também apontam que o intercâmbio com colegas cozinheiros de outros mercados enriquece o repertório técnico.

"Aprendemos com Alejandro e Pía algumas finalizações, e fomos apresentados ao oca, um tubérculo encontrado em altitude, que eles trouxeram para o evento", comenta Fabrício. 

Confeiteira de primeira linha, Lisiane reforça que os encontros promovidos pelo Origem Convida são essenciais não somente para promover a Bahia como parada gastronômica relevante no Brasil, mas é também uma forma de estreitar laços com profissionais que admira. 

"Essa edição foi muito especial porque admiramos Pía e Alejandro, são pessoas parecidas com a gente, muito simples e amorosas, têm o mesmo sentimento pela gastronomia que nós", completou Arouca. 

*A jornalista viajou a Salvador a convite da Documennta Comunicação