Do milagre ao ouro

Ana Patrícia e Duda confirmam favoritismo e festejam pódio mais bonito das Olimpíadas

Brasileiras venceram as canadenses no tie-break e conquistaram medalha de ouro inédita nos Jogos

Família consegue ingressos para assistir final do vôlei de praia nas Olimpíadas - Victor Pereira

Direto de Paris, França – Conforme os Jogos Olímpicos iam se aproximando, os fortes rumores de ameaça à segurança fizeram com que o casal paulista Paulo e Lilian Correa, que vivem em Paris, optasse por não comprar ingresso para absolutamente nenhum jogo.

A três dias para o fim das Olimpíadas e após 14 dias de competições com muita tranquilidade, o professor de Jiu-Jitsu e a chefe de cozinha decidiram dar uma volta com os filhos Theo e Bella para que eles, pelo menos, conhecessem as estruturas e sentissem um pouco da atmosfera do maior evento esportivo do planeta.

É a grande final, Ana Patrícia e Duda de um lado; as canadenses Melissa e Brendie do outro. A família inteira devidamente trajada com os uniformes verde e amarelo. Ingressos? Já não eram possíveis, pois haviam se esgotado. Até tinham alguns sendo vendidos por 600 euros, o que equivale a R$ 3,6 mil cada um. “Impossível para nós”, relata Paulo. Só um milagre.

“Nós estávamos aqui na esquina, procurando um restaurante para assistir ao jogo. Então, um casal de americanos, com três filhas adolescentes, tentou falar comigo em inglês. Não sabíamos falar inglês, mas uma outra pessoa estava perto e traduziu. Eles queriam nos dar ingressos”, conta Lilian, ainda incrédula e extasiada.

Então, a família conseguiu entrar totalmente de graça e assistir ao emocionante duelo entre Brasil e Canadá. “Foi a minha primeira vez nos Jogos Olímpicos. Sou pé quentíssimo. As meninas ganharam ouro e eu estou muito feliz. Foi muito emocionante, o primeiro set aquele último ponto que não saía”, descreve o professor de Jiu-Jitsu.

“Parecia eterno”, começa a completar a esposa, “uma emoção que não dá para descrever. Mas, se não for com emoção, não é Brasil. Mas, que bom que conseguimos soltar o grito de campeão”.

Os filhos, Theo, de 9 anos, e Bella, de 6, vibraram a cada ponto. Tímidos, balançam a cabeça em sinal de positivo, para confirmar que torceram e gritaram muito, o tempo todo. 

No fim, o ouro de Ana Patrícia e Duda, o terceiro do Brasil nesta Olimpíada, foi eternizado no pódio mais bonito da história recente dos Jogos Olímpicos: aos pés da Torre Eiffel, totalmente iluminada, da cor da medalha brasileira.