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Taxa global de desemprego juvenil é a mais baixa dos últimos 15 anos, segundo OIT

Agência das Nações Unidas alertou também para o número de jovens com entre 15 e 24 anos que não têm emprego, não estudam e não têm formação

Carteira de Trabalho - Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A taxa global de desemprego juvenil está em seu nível mais baixo dos últimos 15 anos e continuará diminuindo, embora a precarização da mão de obra traga consigo uma "ansiedade crescente", afirmou a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em um relatório, a agência das Nações Unidas alertou também para o número preocupante de jovens com entre 15 e 24 anos que não têm emprego, não estudam e não têm formação.

Além disso, ressaltou que a recuperação do emprego após a pandemia de covid-19 não foi universal.

"Os jovens de certas regiões e muitas mulheres jovens não se beneficiam da recuperação econômica", afirmou a OIT.

Na região das Américas, que inclui América Latina e Caribe, mas também Estados Unidos e Canadá, a taxa de desemprego juvenil se recuperou totalmente da crise da covid-19 e atingiu 11,8% em 2023, o valor mais baixo em duas décadas.

Globalmente, a taxa de desemprego juvenil em 2023, de 13%, foi a mais baixa dos últimos 15 anos e ficou abaixo da taxa de 13,8% registrada em 2019, antes da pandemia.

"Olhando para o futuro, espera-se que a taxa global de desemprego juvenil continue diminuindo nos próximos dois anos, atingindo 12,8% em 2024 e 2025", afirma o relatório.

Com 64,9 milhões de jovens desempregados em todo o mundo, o número total de jovens sem emprego é também o mais baixo desde 2000.

Mas "para os jovens dos Estados árabes, do leste e do sudeste asiático e do Pacífico, a taxa de desemprego juvenil em 2023 foi superior à de 2019", destacou a organização.

O relatório também observa que "a tendência global para a precarização da força de trabalho é uma fonte de ansiedade crescente entre os jovens que lutam pela independência econômica e pelas próximas fases da vida adulta".

"Nenhum de nós pode esperar um futuro estável quando milhões de jovens em todo o mundo não têm trabalho digno e, como consequência, sentem-se inseguros e incapazes de construir uma vida melhor para si e para as suas famílias", destacou o diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, em comunicado.

Globalmente, mais da metade dos jovens trabalhadores têm empregos informais, disse a OIT. "As oportunidades de acesso a um trabalho digno continuam limitadas para as economias emergentes e em desenvolvimento", afirmou.

O estudo revela que, em 2023, um em cada cinco jovens – 20,4% da população mundial – não tinha emprego, estudo, nem formação. Dois em cada três destes jovens eram mulheres.

Além disso, os homens jovens se beneficiaram muito mais da recuperação do mercado de trabalho do que as mulheres. As taxas de desemprego das mulheres jovens (12,9%) e dos homens jovens em 2023 eram quase iguais (13%), em contraste com os anos anteriores à pandemia, quando a taxa dos homens jovens era mais elevada.