Olimpíadas: das modalidades que renderam medalhas para o Brasil, três já foram proibidas às mulheres
Restrição da presença feminina aconteceu durante as ditaduras do Estado Novo e militar
A participação feminina nas Olimpíadas de Paris-2024 foi um marco no cenário nacional. Isso porque, das 20 medalhas conquistadas pela delegação brasileira, 13 tiveram a participação direta de mulheres, incluindo os três ouros.
Curiosamente, entre as modalidades que trouxeram conquistas ao Brasil nesta edição das Olimpíadas, três já foram proibidas às mulheres.
História
Na década de 1940, durante o Estado Novo, o então presidente Getúlio Vargas assinou um decreto que restringia a prática de esportes pelas mulheres, alegando serem “incompatíveis com as condições de sua natureza”.
Por mais de 40 anos, as mulheres brasileiras foram impedidas de praticar futebol, com partidas frequentemente encerradas à força pela polícia.
A proibição foi intensificada em 1965, durante a ditadura militar, quando o Conselho Nacional de Desportos (CND) emitiu uma norma que proibia a participação feminina em outras modalidades, como futsal, futebol de praia, polo aquático, rúgbi, beisebol, halterofilismo e qualquer tipo de luta.
A restrição só foi revogada em 1983, após mais de quatro décadas de atraso no desenvolvimento e investimento em modalidades femininas.
Olimpíadas delas
As modalidades que um dia foram proibidas às mulheres renderam cinco medalhas ao Brasil nos Jogos de Paris-2024, sendo uma de ouro, uma de prata e três de bronze.
Confira as medalhas conquistadas:
Ouro: Bia Souza (Judô)
Prata: Futebol Feminino
Bronze: Larissa Pimenta (Judô)
Bronze: Equipe Mista (Judô)
Bronze: Bia Ferreira (Boxe)