Campos Neto vai à Câmara explicar taxa de juros nesta terça-feira (13)
Presidente do Banco Central participa de reunião de comissões
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai à Câmara dos Deputados nesta terça-feira participara de reunião das comissões de Desenvolvimento Econômico; e de Finanças e Tributação.
De acordo com a pauta da comissão, o objetivo da reunião é "esclarecer a política monetária e cambial do país e a fiscalização do sistema financeiro nacional".
A presença dele no colegiado marca a volta dos trabalhos das comissões da Casa nesta semana, depois do recesso parlamentar. A expectativa é de que membros da oposição aproveitem a oportunidade para fazer perguntas que possam constranger o governo.
Campos Neto vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Através dos questionamentos, acreditam os opositores, o presidente do BC poderia admitir que as falas de Lula vêm causando instabilidade no cenário econômico, por exemplo.
Lula já chegou a dizer que "não é correto" governar o país com um presidente do BC indicado por outro presidente. A lei, entretanto, define que o presidente do Banco Central terá mandato de quatro anos não coincidente com o do presidente da República. Lula também criticou Campos Neto publicamente por participar do jantar com Tarcísio e disse que ele tinha “lado político” e que “quase assumiu candidatura a um cargo no governo de São Paulo”.
O presidente também afirmou que o comportamento da instituição é a única coisa "desajustada" na economia do país. E comparou Campos Neto ao ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR), que foi o responsável por condená-lo na Lava-Jato. Segundo o petista, Campos Neto tem "lado político" e não demonstra "capacidade de autonomia".
Depois das críticas de Lula a Campos Neto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a autonomia do Banco Central. Lira citou a autonomia do BC como uma das medidas apoiadas pela Câmara, em sua gestão, para "impedir retrocessos".
— A Câmara tem apoiado reformas econômicas e impedido retrocessos. A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária. O nosso arcabouço fiscal e a reforma tributária racionalizam a nossa política fiscal — disse Lira.