Recife

Greve dos rodoviários: longa espera por ônibus marca 2º dia de paralisação no TI Barro

Terminal da Zona Oeste do Recife tem baixa movimentação

Movimentação no TI Barro no 2º dia de paralisação - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Os passageiros que precisam utilizar o Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife, nesta terça-feira (13), enfrentam dificuldades quanto ao tempo de espera por ônibus no local.

Principal acesso para quem vem também de metrô, o local foi alvo de manifestações, nas primeiras horas do dia. O ato contou com a presença do Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana e marcou o segundo dia da paralisação que foi adotada após 12 assembleias da categoria.

Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho, implementação de um plano de saúde, ticket alimentação dobrado, reajuste salarial, gratificação para quem exerce dupla função e garantia de migração e estabilidade para os condutores da empresa Vera Cruz.

 
 
 
 
 
View this post on Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A post shared by Folha de Pernambuco (@folhape)


De acordo com um motorista de ônibus, que não quis se identificar, alguns profissionais terceirizados foram convocados para conduzirem transportes coletivos, na RMR, mas em baixa quantidade.

Morador da Mustardinha, Zona Oeste do Recife, o montador Pedro Henrique Ferreira, de 30 anos, deseja ir ao bairro da Muribeca. Ele espera, desde às 6h, pelo transporte da linha  TI Barro/TI Cajueiro, que ainda não chegou.

“A situação está muito complicada. Eu acordo por volta das 5h30 para ir trabalhar. Desde a hora que eu cheguei, que estava acontecendo o protesto, que não passou um [ônibus]. Complica para eu chegar ao trabalho, que fica na entrada da Muribeca. Estou aqui em pé, há várias horas. Se eu não conseguir chegar no trabalho, o jeito vai ser voltar para casa mesmo, o que também é complicado”, comenta.

O auxiliar de logística Michael Douglas, 31, também espera pelo TI Barro/TI Cajueiro, desde às 8h. Ele saiu do bairro do Socorro, em Jaboatão, e vai para Cajueiro Seco. O passageiro pega, diariamente, no trabalho às 9h30.

“É difícil para nós que estamos aqui e para todo mundo que depende desse transporte. Não posso fazer nada, só aguardar a decisão deles. Eu moro em Jaboatão Centro, então é mais difícil chegar ao trabalho. Ontem [segunda, 12] eu fui trabalhar, mas chamei um carro de aplicativo. A empresa está resolvendo como que vai ser para ressarcir”, salientou.

O que diz a Urbana-PE?
Por meio de nota, a Urbana-PE informa que, apesar da atuação do Tribunal Regional do Trabalho com vistas à redução dos transtornos sistematicamente causados à população da Região Metropolitana do Recife, as lideranças rodoviárias descumpriram as ordens judiciais.

“Vias importantes da Região Metropolitana do Recife (RMR), como a Av. Agamenon Magalhães, foram bloqueadas, passageiros foram obrigados a desembarcar dos ônibus, a circulação de veículos nos Terminais Integrados foi impedida e houve tentativas de bloqueios das garagens das empresas. Os motoristas compareceram às empresas, o que indica baixa adesão ao movimento paredista nesta terça. A frota foi parcialmente colocada em operação, mas está sendo impedida de circular em diversos pontos”, diz o comunicado.
 
A empresa relatou ainda que registrou a depredação de três ônibus que estavam em operação, na Avenida Norte, na UR-11 e em Barra de Jangada. Em um dos casos o motorista foi também ameaçado por duas pessoas encapuzadas. Os três veículos foram retirados de operação.

“A atitude das lideranças rodoviárias é abusiva e ilegal. A Urbana-PE reitera que tomará todas as medidas possíveis para garantir a oferta e a circulação dos ônibus na RMR. É inaceitável que as determinações da justiça não sejam cumpridas e que a população siga sendo penalizada pelas lideranças rodoviárias”, finaliza a nota.