RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Distante de Milei, Lula recebe governador peronista de Buenos Aires

Segundo Kicillof, foram discutidas formas de cooperação entre o governo brasileiro e a província de Buenos Aires

Lula e governador da província da Argentina conversam sobre cooperação - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no Palácio do Planalto nesta terça-feira o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof - um dos principais adversários do presidente da Argentina, Javier Milei. Kicillof é peronista e foi ministro do governo Cristina Kirchner.

Lula e Milei nunca se encontraram. Perguntado em entrevista a jornalistas se a visita ao petista era um contraponto a Milei, Kicillof não deu uma resposta objetiva. Apesar disso, deu algumas declarações que indicam esse contraponto.

"Tenho que falar por mim, porque todos sabem o que se passa e o que estamos vivendo na Argentina em nível nacional", disse ele, em referência a Milei.

"Tem que se explicar muito bem por que a Argentina deveria não aprofundar até onde puder e na medida de seu alcance, seu vínculo com o povo brasileiro e com o governo do Brasil", afirmou Kicillof.

Segundo o governador, foram discutidas formas de cooperação entre o governo brasileiro e a província de Buenos Aires - o que não inclui a capital argentina, que é uma cidade autônoma.

"Do nosso ponto de vista, foi uma excelente reunião da maior província da Argentina com autoridades importantíssimas", declarou o governador.

"Dificilmente, por minha posição ideológica e política, eu poderia crer que tenho o direito de colocar em perigo vínculos que são históricos e que são entre o povo argentino, bonaerense, e o povo brasileiro, além de empresas, indústrias, comércio, energia", declarou o político argentino.

"Me foi dado o mandato para nos ocuparmos da produção, do emprego bonaerenses, e isso implica estreitar vínculos com os setores produtivos e com o governo do Brasil", declarou o governador da província argentina.

Além de Lula e Kicillof, participaram da reunião o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chefe da assessoria especial do presidente brasileiro, Celso Amorim.