Ibovespa segue rali externo e sobe quase 1%, ajudado também por bancos
Principal índice da B3 subiu pelo sexto pregão seguido e voltou à faixa dos 132 mil ponto
Os dados sobre a inflação ao produtor dos Estados Unidos, que ficaram abaixo do previsto, aumentaram a aposta de um corte de 0,50 ponto porcentual nos juros do país em setembro e beneficiaram os mercados de ações lá fora e aqui dentro, dando fôlego ao Ibovespa.
O preço relativamente baixo dos papéis brasileiros também entra nesta conta e favorece a retomada.
O principal índice da B3 subiu pelo sexto pregão seguido e voltou à faixa dos 132 mil pontos, vista pela última vez no início de janeiro deste ano.
O avanço foi puxado principalmente pelas ações do setor financeiro e sem a ajuda da Vale (-0,44%) e da Petrobras (ON -0,52% e PN -0,62%), que foram prejudicadas pela queda nos preços das commodities.
Alexandre Aguiar Bastos, head de equity research da Acura Capital, ressalta que os bancos apresentaram bons resultados no segundo trimestre, e que isso, associado ao fato de o mercado brasileiro estar operando abaixo da média histórica sob a métrica de preço em relação ao lucro, acaba atraindo investidores aos papéis do setor.
"Para a bolsa voltar à média histórica de preço sobre lucro, excluindo Vale e Petrobras, precisa subir uns 20%", acrescentou.
As ações de bancos também receberam impulso após o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), dizer que o governo não incluirá a hipótese de aumento de impostos no relatório do projeto que trata da compensação financeira à desoneração da folha de pagamentos.
No mês passado, a Fazenda sugeriu incluir um gatilho para que, caso as medidas apresentadas pelo Senado fossem insuficientes para cobrir o rombo deixado pela desoneração, haveria um aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) como compensação.
O aumento seria para todos os setores, mas afetaria particularmente bancos, que já pagam uma alíquota mais alta (21%, contra 16% para outras instituições financeiras e 9% para os demais setores).
O setor avançou em bloco, com Bradesco ON (+1,14%) e PN (+1,22%), Unit do Santander Brasil (+1,17%), Itaú PN (+2,83%), Banco do Brasil ON (+1,29%) e Unit do BTG Pactual (+1,54%).
O Ibovespa fechou em alta de 0,98%, a 132.397,97 pontos, perto da máxima da sessão, de 132.430 pontos (+1,00%).