LEGISLATIVO

PEC da Anistia: mais um privilégio dos políticos. Entenda

PEC da Anistia: o projeto também reforça a imunidade tributária dos partidos políticos e cria um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) específico para as siglas.

PEC da Anistia mostra mais um privilégio para os políticos
PEC da Anistia mostra mais um privilégio para os políticos - Agência Brasil/EBC/Divulgação

Os partidos que não destinaram recursos para candidaturas de pessoas negras e pardas nas eleições passadas serão perdoados. O primeiro passo foi dado, ontem, pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Trata-se da chamada PEC da Anistia, na verdade, mais um “jeitinho” brasileiro em privilégio dos políticos e partidos.

O texto segue para o plenário da Casa. A votação foi simbólica, sem o registro nominal de votos. Os senadores Alessandro Vieira (MDB-SE) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) pediram registro nominal de voto contrário. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), apresentou um pedido de urgência para que o texto seja debatido no plenário ainda nesta quarta.

Um ponto do texto determina que os partidos deverão destinar, obrigatoriamente, 30% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e do Fundo Partidário às candidaturas de pessoas pretas e pardas, mas a distribuição deve levar em consideração os interesses partidários.

Todavia, o parágrafo seguinte da proposta determina que as aplicações de recursos de qualquer valor em candidaturas de pessoas pretas e pardas realizadas pelos partidos nas eleições anteriores à promulgação da PEC devem ser consideradas cumpridas.

O projeto também reforça a imunidade tributária dos partidos políticos e cria um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) específico para as siglas. O intuito é facilitar a regularização de dívidas tributárias e não tributárias, retirando juros e multas acumulados e autorizando o pagamento com correção monetária em até 180 meses.