MP pede indiciamento de ex-presidente argentino por "lesões' e 'ameaças"
O promotor apontou que Yáñez "sofreu uma relação marcada por hostilidade, assédio psicológico e agressões físicas"
O Ministério Público argentino pediu, nesta quarta-feira (14), o indiciamento do ex-presidente Alberto Fernández por "lesões leves e graves" e "ameaças" coativas contra sua ex-companheira Fabiola Yáñez, segundo o texto judicial ao qual a AFP teve acesso.
"Conforme os fatos relatados no ponto anterior, considero que os mesmos poderiam se enquadrar nos delitos de lesões leves e graves, duplamente agravadas, e ameaças coativas", expôs no texto o promotor Ramiro González, que aguarda a assinatura do juiz encarregado do caso, Julián Ercolini, para tornar efetivo o indiciamento.
O promotor apontou que Yáñez "sofreu uma relação marcada por hostilidade, assédio psicológico e agressões físicas, em um contexto de violência de gênero e intrafamiliar" por parte de Fernández.
No dia 6 de agosto, a ex-primeira-dama denunciou o ex-presidente por violência física e psicológica, e no dia 8 foram publicadas pela imprensa local supostas conversas e fotos nas quais ela aparece com ferimentos no rosto e no braço, o que gerou um alvoroço na liderança política argentina, que se manifestou de maneira unânime em repúdio a Fernández.
Na segunda-feira, a denunciante apresentou um documento de 20 páginas detalhando as circunstâncias das agressões e um dia depois prestou seu primeiro depoimento direto de Madri, onde vive atualmente, a González.
Fernández negou ter agredido fisicamente Yáñez em uma entrevista ao jornal espanhol El País e em outra ao site local El Cohete a la Luna.