Juliana Paes sobre saúde mental e crises de ansiedade: "Fui ficando sem ar"
No "Conversa vai, conversa vem", videocast do GLOBO, atriz conta à jornalista Maria Fortuna, como a terapia a ajudou a tratar ataques de pânico e a lidar com a internet: 'No começo tinha vergonha
Juliana Paes falou à jornalista Maria Fortuna sobre como a terapia a ajudou tratar crises de ansiedade e a lidar com a Internet. A atriz foi a terceira convidada do videocast "Conversa vem, conversa vem", que vai ao ar no canal do GLOBO no YouTube e nas redes sociais do jornal.
Em 2021, Juliana enfrentou crises de pânico desencadeadas por episódios como a morte de sua cadela, afogada na piscina de sua casa, a perda de voz, causada por cistos nas cordas vocais, que mudaram seu timbre para sempre.
"Vivi essas crises de ansiedade. A pandemia ajudou a impulsionar isso, mas a própria vida, lidar com a internet, dar conta do trabalho, ter que conversar com as pessoas online... Muita coisa! Fui ficando sem ar mesmo. Não dava para respirar. Eu deitava na cama, e o coração não parava de bater. Comecei a achar que estava com alguma coisa no coração e fui procurar um psiquiatra. Ele me disse que tive crise e estresse pós traumático porque também vivi essas perdas sem tempo de sentir, de parar e chorar ", lembra.
A atriz lembra que, no começo, "tinha vergonha de contar que estava mal".
"Porque sempre foi a Juliana astral, esse sorrisão, né? Mas, sabe, posso deprimir também, né? Porque, às vezes, você está sorrindo, mas lá dentro está difícil. E aí quando você diz "cara, eu tô mal, não tô legal", as pessoas não sabem bem o que fazer com aquilo. Eu ficava disfarçando, porque também é muito chato. A gente não estar legal. Eu dizia: "Tô ótima", mas sabia que eu não estava."
Juliana chegou a tomar remédio, mas conta que hoje conseguiu abrir mão deles. Mas tratar da saúde mental tem sido fundamental desde então:
"Hoje, para mim, é muito claro que artista sem terapia é uma casa sem espelho. É preciso ter um olhar para si e se confrontar com as próprias questões. Queria ter tido esse ímpeto de procurar terapia antes, demorei. A atividade física também me salva."