Saiba qual é a quantidade diária de café que pode causar doenças cardíacas
Ingerir mais do que 400 mg de cafeína pode perturbar o sistema parassimpático, levando ao aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos
O consumo de café tem sido associado a uma série de benefícios, que vão desde a prevenção da diabetes até da doença de Parkinson. Por outro lado, o excesso pode trazer graves prejuízos à saúde.
Um novo estudo mostrou que beber regularmente mais de quatro xícaras de café por dia pode aumentar o risco de doenças cardíacas. Pesquisadores do Zydus Medical College and Hospital, na Índia, descobriram que beber mais de 400 mg de cafeína diariamente – cerca de quatro xícaras de café ou duas bebidas energéticas – pode aumentar suas chances de desenvolver problemas cardiovasculares.
O estudo, apresentado na conferência ACC Asia 2024, lança luz sobre como as bebidas cafeinadas populares podem interferir secretamente com a saúde do nosso coração.
“O consumo regular de cafeína pode perturbar o sistema parassimpático, levando ao aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos”, explica Nency Kagathara, pesquisadora principal do estudo, em comunicado.
O estudo analisou 92 pessoas saudáveis com idades entre 18 e 45 anos. Os pesquisadores mediram a pressão arterial e a frequência cardíaca antes e depois de um simples teste de exercício. Quase um em cada cinco participantes (19,6%) bebia mais de 400 mg de cafeína por dia. Essas pessoas apresentavam alterações significativas no seu sistema nervoso autônomo.
Este sistema controla funções corporais involuntárias, como frequência cardíaca e pressão arterial. Com o tempo, essas alterações podem levar a um risco aumentado de hipertensão e outros problemas cardíacos. Os efeitos foram ainda mais pronunciados naqueles que consumiram mais de 600 mg de cafeína diariamente.
“Devido ao seu efeito no sistema nervoso autônomo, o consumo regular de cafeína pode colocar indivíduos saudáveis em risco de hipertensão e outros eventos cardiovasculares”, diz a médica. “Aumentar a conscientização sobre esses riscos é vital para melhorar a saúde cardíaca de todos.”
O estudo descobriu que mulheres, pessoas que trabalham em cargos empresariais e de gestão e os residentes urbanos eram os principais consumidores de cafeína. Longas horas de trabalho, ambientes de elevado stress e fácil acesso a bebidas com cafeína podem contribuir para um maior consumo.