PRESIDENTE DO STF

Inteligência artificial pode 'comprometer liberdade de expressão', diz Barroso

Presidente do STF falou em evento sobre impactos da tecnologia na democracia

Inteligência artificial pode 'comprometer liberdade de expressão', diz Barroso - Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, chamou a atenção nesta segunda-feira para os impactos na liberdade de expressão gerados pelo uso da inteligência artificial para desinformação.

– Nos preocupa a todos o potencial de desinformação. Isso é gravíssimo porque compromete a liberdade de expressão. O dia que não pudermos acreditar naquilo que a gente vê e ouve não fará mais sentido a liberdade de expressão – disse Barroso.

A fala no ministro ocorreu durante evento realizado no STF sobre os impactos da inteligência artificial no sistema constitucional, na democracia e nos direitos fundamentais.

– Por esse conjunto de razões, fala-se da regulamentação da inteligência artificial. Há um projeto no Congresso Nacional. Mas é grande a dificuldade de se regular alguma coisa que a gente nem sabe o que está vindo. Mas tem valores que são caros, a proteção à democracia e tem a regulamentação sobre a governança – pontuou o presidente da Corte.

Na avaliação do ministro, a regulamentação da inteligência artificial é um tema que está sendo discutido mundialmente para "fazer com que ela sirva bem".

Participaram da abertura o ministro presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o decano da Corte, ministro Gilmar Mendes, e a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lôbo.

O ministro Gilmar Mendes destacou as mudanças sociais e jurídicas trazidas pelo advento das novas tecnologias.

Observou também que direitos como o de proteção de dados emergem a partir do desenvolvimento de ecossistemas digitais, nos quais trafegam imensas quantidades de dados.

– Os sistemas de inteligência artificial frequentemente dependem de grandes volumes de dados pessoais para funcionar eficazmente. Isso cria riscos potenciais de violações de privacidade e uso indevido de informações sensíveis – apontou