FOLHA ENERGIA

Usina Petribu: modelo de negócio sustentável

Prestes a completar 295 anos, o que a torna a mais antiga em operação no País, a Usina Petribu vem se atualizando para exercer papel importante na transição energética

Fundada em 1729, a Usina Petribu fica em Lagoa do Itaenga, na Zona da Mata de Pernambuco - Divulgação

A tradição e a modernidade se complementam nos valores e na missão da Usina Petribu, a mais antiga em operação ininterrupta no Brasil.

Fundada em 1729, a unidade sucroenergética situada na Zona Rural de Lagoa do Itaenga, na Zona da Mata de Pernambuco, completa 295 anos em setembro de 2024 como referência de boas práticas nos seus processos produtivos e ações afirmativas junto à comunidade local.

Atualmente comandada pela CEO Daniela Petribu, primeira mulher a assumir a presidência-executiva da empresa, a gestão da usina tem buscado atender ao chamado tripé da sustentabilidade ESG - em inglês Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), conceito que engloba os resultados de uma organização considerando os pilares social, ambiental e financeiro.

Transição energética
Ao longo de sua história, a Petribu acompanhou os avanços tecnológicos do setor sucroenergético e segue se atualizando para exercer um papel importante na chamada transição energética de fontes fósseis não renováveis por energia limpa, se consolidando como um modelo de negócio sustentável a ser seguido. 

“O setor pode contribuir para servir de exemplo. É possível ser uma empresa lucrativa sem deixar o social de lado e também se preocupando com o meio ambiente. A gente quer perpetuar as gerações. Você só tem hoje perenidade nos negócios se tiver uma preocupação socioambiental, com as pessoas e com o meio ambiente para deixar um legado para as futuras gerações. Essa tem sido a história da Petribu”, avalia o diretor comercial da Usina Petribu, Thiago Siqueira Macedo.

Capacidade de moagem de 1,8 milhão de toneladas de cana e mais de três milhões de sacos de açúcar por safra, que vai de agosto até março.

Em abril, a empresa realiza a manutenção da usina, finalizada em julho, dando início a um novo ciclo. A cada safra, são empregadas cerca de 5.300 pessoas. Nas entressafras, 3.500 empregos são gerados pela empresa.  

Produção sustentável
A Usina Petribu atua nos setores agrícola, industrial e comercial, especialmente na fabricação de açúcar, álcool, energia e CO2, que é capturado para ser vendido, evitando a poluição atmosférica. Seus produtos são vendidos para os mercados interno e externo.

Em seus mais de 22 mil hectares de área, aproveita 100% dos subprodutos da cana e estabeleceu como meta o lançamento anual de pelo menos dois novos produtos feitos a partir dessa matéria-prima. 

Entre os derivados da cana-de-açúcar, a Petribu produz açúcar a partir do caldo de cana e etanol originado do melaço, um biocombustível. O CO2 gerado na produção não é jogado na atmosfera, mas capturado para ser vendido à indústria. 

Na busca pela sustentabilidade energética, a empresa possui em suas dependências a termoelétrica Itaenga, com capacidade instalada de geração de 72 megawatts de energia limpa, proveniente da biomassa da cana-de-açúcar.

“O bagaço que geramos é a fonte de energia elétrica e somos 100% autossuficientes durante a safra. O excedente da energia é vendido no mercado livre”, detalha Thiago. 

A vinhaça e a torta de filtro, dois resíduos da cana-de-açúcar, são usados para fertilizar o solo.

“Eles voltam para o campo como fertilizante, mas estamos em contato com empresas para começar a desenvolver a geração de biogás. Então, hoje já damos um destino para eles, mas entendemos que há potencial para extrair mais. Estamos discutindo com empresas de geração de biogás através desses resíduos”, antecipa o diretor comercial da Petribu. 

Criada em 1909, a escola Josepha de Petribu atende 150 filhos dos funcionários | Foto: Divulgação

Compromisso social
Na atuação social, a Usina Petribu tem papel relevante junto aos seus funcionários e comunidades do entorno. A Escola Josepha de Petribu, fundada em 1909, promove educação de qualidade para os filhos dos trabalhadores da indústria e do campo.

Atualmente, a unidade escolar atende 150 crianças, que recebem alimentação, assistência médica e odontológica, fardamento, livros, aulas de música, informática, educação física e práticas agrícolas.

A escola oferece aulas para turmas da Educação Infantil ao 6° ano. Ações com campanhas educativas e iniciativas também são promovidas junto a todos os trabalhadores, sociedade local e entidades socioambientais.

A promoção do esporte e do lazer também recebe especial atenção da empresa, que disponibiliza em sua infraestrutura um espaço-clube, onde funcionários têm acesso a uma piscina semiolímpica para natação e professores de ginástica. 

O projeto Petribu Running patrocina sete atletas de elite nas corridas de rua e oferece a estrutura necessária para o condicionamento físico com fisioterapeuta, nutricionista, suplementos alimentares e uma bolsa-auxílio para cada um deles. Em 2024, esses atletas participaram de duas corridas internacionais. 

Certificações
Para estar pronta a este novo momento, a empresa buscou e conquistou diversas certificações de empresa social e ambientalmente sustentável.

Ela atua para redução das emissões dos gases que contribuem com o efeito estufa, garantindo os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris, em conformidade com as diretrizes do ProTerra, reconhecido mundialmente em matéria de responsabilidade social e sustentabilidade ambiental na indústria de alimentos.

Além disso, a Petribu é membro certificado da Bonsucro, uma organização global dedicada a promover a produção, o processamento e a comercialização sustentável da cana-de-açúcar em todo o mundo. 

A usina também conta com a certificação da SMETA, auditoria do comércio ético dos membros Sedex, que observa as normas do direito trabalhista articuladas pela Organização Internacional do Trabalho.