Argentina

Economia argentina recua 0,3% em junho, contrariando as estimativas

Analistas previam avanço de 0,4%. Na comparação com igual mês do ano passado, houve queda de 3,9%

O presidente da Argentina, Javier Milei - Stringer/AFP

A economia argentina sofreu uma queda surpreendente em junho, registrando a quarta contração em seis meses, enquanto uma profunda recessão prejudica os primeiros sinais de recuperação.

A atividade econômica caiu 0,3% em junho em relação a maio, contra uma projeção de crescimento de 0,4% dos analistas de mercado. 

Na comparação com igual período do ano passado, a atividade caiu 3,9%, segundo dados oficiais divulgados hoje. Quase todos os setores da economia argentina registraram quedas na comparação ano a ano, exceto a agricultura, a pesca e a mineração.

A economia argentina está mostrando sinais incipientes de recuperação da recessão, uma mudança que seria crucial para a tentativa do presidente Javier Milei de ganhar impulso antes das eleições de meio de mandato no próximo ano.

Até junho, o crescimento salarial superou ligeiramente a inflação três vezes consecutivas em termos mensais. O gasto dos consumidores e o setor da construção registraram aumentos nos últimos meses.

No entanto, esses avanços são ofuscados pelas enormes perdas que a economia argentina sofreu nos meses anteriores, quando entrou em recessão com uma inflação que atualmente supera os 263%. No acumulado do ano, os salários, as vendas no varejo e o setor trabalhista continuam em queda. Os economistas consultados pelo banco central estimam que o Produto Interno Buto encolherá 3,7% em 2024.