FOLHA ENERGIA

European Energy: catalisadora da transição verde

Atuando em mais de 25 países na Europa, além da Austrália e Estados Unidos, empresa tem empreendimento no Brasil, por apostar em potencial energético do País

Instalação de usinas eólicas em Pernambuco é aposta no potencial energético dos ventos nordestinos - Divulgação

Fundada em 2004 na Dinamarca, a European Energy está presente no Brasil desde 2016. Com a missão de se tornar uma força global catalisadora da transição verde, a empresa atua em mais de 25 países com foco no continente europeu, além de Austrália e Estados Unidos. 

Único país fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) onde a empresa possui atividades, o Brasil foi escolhido pela European Energy para receber investimentos por causa de suas condições favoráveis para a geração de energia renovável através dos recursos naturais abundantes.


“O País reúne todas as condições para se destacar na produção do hidrogênio verde e seus derivados: abundância de recursos naturais, disponibilidade de CO2 biogênico e boa infraestrutura portuária e de armazenamento. A produção de hidrogênio verde e seus derivados será um importante fator no adensamento das cadeias produtivas e de consumo. Acreditamos que a chamada “neo-industrialização” do País passa necessariamente pela transição verde”, afirma Thiago Arruda, vice-presidente para América Latina da European Energy.

Cenário alinhado
Além disso, de acordo com Thiago Arruda, o cenário encontrado no Brasil se alinha à missão da empresa de impulsionar a transição verde de forma global.

“Desenvolvemos, construímos e operamos ativos de energia renovável ao redor do mundo, incluindo projetos de geração solar e eólica, bem como soluções à base de hidrogênio verde”, completa.

Para sua atuação no Brasil, a European Energy trouxe as melhores práticas aplicadas na Dinamarca, incluindo o uso de tecnologia de ponta, engenharia de construção e operação com padrão dinamarquês. 

Protagonista
Por avaliar que o País desponta como protagonista na transição energética mundial e pode se beneficiar de um novo ciclo de desenvolvimento e prosperidade, a empresa defende que o debate sobre a descarbonização passe, necessariamente, pela evolução do ambiente regulatório. 

“O arcabouço regulatório necessita de constantes aperfeiçoamentos. Precisamos da robustez necessária para gerar segurança jurídica para novos empreendimentos na fronteira da inovação. A Europa passou (e passa, dado que é uma constante evolução) por uma série de debates que o Brasil vivencia hoje. Para ajudar nesse cenário, trazemos a experiência europeia com a sensibilidade em relação ao país e suas particularidades”, observa Alexandre Groszmann, diretor da EE Metanol do Brasil, subsidiária da European Energy.

No total, a empresa conta com um pipeline de projetos de energias renováveis com capacidade de 63GW, sendo 24GW na fase de triagem, 36GW na fase de desenvolvimento e 3GW na fase de estruturação. 

“Apenas em 2023, evitamos a emissão de 434,962 toneladas de CO2 e gases de efeito estufa através da geração de 1,870GWh de energia renovável produzida em nossos parques solares e eólicos. Isso representa um aumento de 140% em relação a 2022”, comenta Thiago Arruda.  

Flexibilidade
No Brasil, a European Energy atua com projetos de geração centralizada, oferecendo flexibilidade em relação aos acordos de compra e venda de energia, o que inclui os modelos de autoprodução por arrendamento e equiparação. 

Para tal, a empresa está presente tanto no mercado regulado com 90 MW solares em Coremas, na Paraíba, e 94MW eólicos em Ouro Branco e Quatro Ventos, em Pernambuco, quanto no mercado livre de energia, possuindo um conjunto de projetos de geração renovável de cerca de 1.5GW em projetos de energia eólica e solar na região Nordeste, a serem construídos nos próximos anos.

Na Paraíba, a empresa dinamarquesa apostou na instalação de usina solar,  no município de Corema | Divulgação

Planejamento
Atenta a questão climática, a empresa avalia que a transição para uma economia de baixo carbono de forma rápida, justa e equitativa da “era fóssil” para energias renováveis e combustíveis sustentáveis é imperativa para alterar o cenário de extremos climáticos. 

“Estamos ativamente avaliando projetos para produção de metanol renovável com captura do CO2 biogênico de setores como o sucroenergético, aterros sanitários e outros. Vemos com bons olhos o avanço na produção de biogás e biometano nestes setores, dado a sua complementaridade com as nossas atividades”, afirma Thiago Arruda. 

Hidrogênio verde
Além disso, a empresa possui projetos que utilizam a tecnologia Power-to-X (PtX), termo guarda-chuva que abrange diversas rotas tecnológicas que têm como denominador comum o hidrogênio verde como etapa intermediária ou produto final. 

A denominação é usada para produtos como o metanol verde (utilizado como combustível de navegação e na indústria de plásticos) e a amônia verde (fertilizante e combustível). Do ponto de vista de composição química igual à contraparte de origem fóssil, mas sem pegada de carbono relevante.

“Além do produto final ter uma pegada de carbono menor, as tecnologias Power-to-X tem um efeito multiplicador. Um dos exemplos é o metanol verde, que é o foco da European Energy neste momento e avaliado como a solução mais próxima de mercado. Atualmente existe uma demanda de 98 milhões de toneladas (Mt) anual de metanol, sendo que somente 0.3 Mt vem de soluções de baixo carbono”, detalha Thiago Arruda.

E-metanol
Como o e-metanol utiliza o CO2 biogênico (proveniente da biomassa) como insumo, através da junção com o hidrogênio verde, o CO2 pode ser capturado de setores como a indústria sucroenergética - reduzindo as emissões e aumentando a sua sustentabilidade e competitividade do setor frente às eminentes restrições de importação na Europa como o CBAM – Carbon Border Adjustment Mechanism, que promoverá a taxação da intensidade de carbono. 

“Para produzir 100,000 toneladas de e-metanol, é necessário utilizar 140,000 toneladas de CO2 capturado de outros setores. Ou seja, o e-metanol é benéfico na redução de emissões tanto no seu uso final como no seu processo produtivo”, explica Alexandre Groszmann. 

Comunidade local
Além de ser responsável por diversos projetos de geração renovável, a empresa busca atuar de forma integrada com a comunidade local. 

Para tal, a European Energy assume um forte comprometimento com o multiculturalismo, inclusão e diversidade. Hoje, a empresa emprega mais de 700 colaboradores de 43 nacionalidades diferentes. 


 “Entendemos que nossos projetos podem impactar positivamente as comunidades locais. Buscamos entender as condições e necessidades delas e trabalhar em conjunto com o poder público para elevar a qualidade de vida dessas pessoas. Realizamos investimentos em infraestrutura social, promovemos cursos de capacitação técnica e viabilizamos doações de bens e materiais”, diz Arruda.