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Magnum Tires: compromisso com o descarte correto

A Magnum Tires - que trabalha com pneus, produtos altamente poluentes - tem como uma das preocupações principais a destinação correta dos descartes da empresa

Magnum Tires mantém um local para o descarte dos pneus, buscando neutralizar o impacto no meio ambiente - Divulgação

Sustentabilidade e preservação ambiental são temas fundamentais para as empresas no século 21. Essa responsabilidade com as próximas gerações é ainda maior no setor dos pneus, produtos feitos a partir de materiais não biodegradáveis: borracha, derivados de petróleo e, em alguns casos, aço.

Essas matérias-primas podem demorar até 600 anos para se decompor na natureza. Desta forma, o bom descarte dos pneus é importante para diminuir os impactos ambientais dessa indústria. 

A Magnum Tires desde sempre se preocupou com a destinação correta dos pneus que passam pela empresa pernambucana.

“A gente se preocupa com o meio ambiente há algum tempo e, além de cumprir a legislação vigente e as práticas obrigatórias, buscamos alternativas para contribuir com a preservação do meio ambiente”, destaca Rilma Saraiva, coordenadora de Qualidade da Magnum.

E a preocupação não é apenas com o fim da utilidade do pneu. Um dos diferenciais da Magnum Tires são os pneus de alta qualidade para caminhão, que prolongam a vida útil do equipamento, reduzindo custo para os consumidores e diminuindo o impacto ambiental. 

Os pneus de caminhão são projetados para recapagem e os da Magnum possuem uma capacidade de até três vidas. A empresa é atestada pela Vipal, que reconhece a segurança e eficiência dos pneus Magnum para recapagem. 

Desafios 
São grandes os desafios para adotar uma metodologia correta para o descarte dos pneus. Vale destacar que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, esse produto tem um ciclo de vida que chega a três fases: pneu novo, pneu usado e pneu inservível. Nesse último estágio, o material não consegue mais ser aproveitado para sua finalidade inicial. 

Com o grande período de tempo necessário para sua decomposição na natureza, é proibida a disposição de pneus em aterros sanitários desde 1999. Queimar de forma não profissional não é uma opção, pela liberação de fumaça com alguns tipos de poluentes prejudiciais à qualidade do ar, como carbono e enxofre.

Além desses obstáculos, a presença dos pneus em contato com a população pode proporcionar a proliferação de doenças por se tornar criadouros do mosquito Aedes aegypti. Dengue, zika e chikungunya são as possíveis enfermidades ocasionadas por esse transmissor. 

Neste contexto, a Magnum Tires vai além da obrigação disposta na Resolução Conama 416, promulgada em 2009, que determina que 70% do peso dos pneus novos importados deve ser destinado de forma adequada.

Por exemplo, ao considerar um pneu de caminhão que pesa 10kg, a empresa pernambucana garante que, pelo menos, 7 kg sejam destinados à reciclagem. Essa regulação é acompanhada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

De acordo com um relatório do próprio Ibama, divulgado em 2023, as importadoras brasileiras apresentam uma média de 91,5% de destinação correta. “Antes de qualquer coisa, a preocupação da Magnum é ir além. Por isso, atualmente, estamos em quase 100% no cumprimento dessa legislação”, garante Rilma.  

Parceria Ambipar
Para alcançar um bom resultado na destinação correta dos pneus que não possuem mais utilidade, a Magnum Tires conta com a colaboração da empresa Ambipar, líder em gestão ambiental.

“É um desafio grande a questão sustentável com os pneus, mas a Magnum tem uma parceria com a Ambipar em Pernambuco em que é utilizado o método de coprocessamento”, explica a coordenadora de Qualidade da empresa. 

A Magnum possui unidades de importação em três regiões do Brasil - Norte, Nordeste e Sul. Em todas, a companhia tem parceria para a reciclagem e logística reversa dos pneus.

A principal tecnologia utilizada pelos parceiros da Magnum Tires para a reciclagem de seus pneus inservíveis é o chamado coprocessamento, que corresponde por 53,5%  da destinação final dos pneus no Brasil. As outras técnicas são de granulação (23,6%), laminação (17,2%) e pirólise (5,5%).

Em Pernambuco, com a parceria da Ambipar desde o ano passado, o coprocessamento é a metodologia predominante.

Segundo Rilma Saraiva, a Magnum Tires tem interesse em expandir esse processo nas outras áreas de funcionamento da empresa. 

Rilma Saraiva, coordenadora de Qualidade da Magnum Tires | Divulgação

Coprocessamento
O coprocessamento consiste em quebrar os pneus inservíveis  em pequenos pedaços, que passam a ser chamados de chips, para serem utilizados em fornos de clínquer como substituto parcial de combustíveis. Já as partes de aço presentes no produto inicial são reutilizadas como fonte de elementos metálicos.
 
Os chips são transformados em CDR (Combustível Derivado de Resíduos), utilizado no forno de 1.500 graus Celsius da cimenteira Nacional, instalada na Paraíba.

Esse método substitui a utilização de combustíveis fósseis por uma energia mais limpa, reduzindo passivos ambientais e aproveitando a capacidade energética e mineral dos pneus. 

Práticas sustentáveis
Além do cuidado com o descarte correto dos pneus inservíveis, a Magnum Tires investe em tecnologias sustentáveis, como a geração de energia solar e o aproveitamento da água da chuva.

As placas solares instaladas no galpão da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, e na usina térmica em Glória do Goitá conseguem gerar energia para utilização total no galpão e destinar uma parte para o escritório, localizado em Boa Viagem. 

Essa iniciativa das placas solares, que existe desde 2020, também é responsável por reduzir as emissões de carbono nas atividades da empresa.

“Estamos utilizando a energia solar e evitando cerca de 130 toneladas de emissão de gás carbônico na atmosfera nesses quatro anos”, valoriza Rilma. 

Já a água das chuvas é utilizada em pias e descargas, promovendo a conservação dos recursos hídricos. A coordenadora de Qualidade da Magnum ressaltou que algumas ações não demandam grandes investimentos. “Pensar de uma forma mais criativa permite colocar em prática atitudes mais simples”. 

Desse contexto surgiu o grupo de desapego, pelo qual os funcionários podem trocar itens como roupas e outros produtos, evitando o consumo excessivo e o descarte desnecessário. 

A empresa realiza campanhas de conscientização ambiental entre seus colaboradores, promovendo boas práticas e integrando a sustentabilidade em suas operações diárias.