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México aguardará a divulgação das atas de votação para reconhecer a vitória de Maduro na Venezuela

López Obrador criticou a posição dos EUA e da Organização dos Estados Americanos em torno da Venezuela

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador - Alfredo Estrella/AFP

O México aguardará a publicação das atas de votação na Venezuela para reconhecer a reeleição do presidente Nicolás Maduro, disse, nesta sexta-feira (23), o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

"Vamos aguardar a divulgação das atas", disse o presidente López Obrador em sua coletiva de imprensa matinal, na qual foi questionado sobre se seu governo reconhece a vitória de Maduro.

A vitória de Maduro para um terceiro mandato consecutivo foi proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral em 29 de julho e validada na última quinta-feira pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela. No entanto, a oposição denuncia como uma "fraude" e reivindica a vitória de seu candidato Edmundo González Urrutia.

O líder esquerdista se recusou a fazer “conjecturas” sobre a crise pós-eleitoral no país sul-americano.

Perguntado pelos jornalistas, López Obrador disse que não falou com Maduro após as eleições e só discutiu a questão com os presidentes Lula e Gustavo Petro, da Colômbia.

A postura do presidente mexicano a respeito da crise pós-eleitoral da Venezuela tem sido a de aguardar os resultados da contagem de votos e rejeitar qualquer intervenção nos assuntos internos do país.

López Obrador criticou a posição dos EUA e da Organização dos Estados Americanos em torno da Venezuela, que questionaram a legalidade das eleições.

O Tribunal Supremo da Venezuela validou a reeleição de Maduro com 52% dos votos, e considerou a decisão como “contundente”.

Liderada por María Corina Machado, a oposição assegura que seu candidato, González Urrutia, ganhou com 67% dos votos e publicou em uma página da web cópias das atas que, segundo ele, comprovam isso. O governo afirmou que o material é “forjado”.

A Espanha também pediu, nesta sexta-feira, que sejam publicadas de maneira "completa e verificável" os registros de votação para reconhecer os resultados das eleições venezuelanas.

Os presidentes esquerdistas do Chile, Gabriel Boric, e da Guatemala, Bernardo Arévalo, chamaram de "fraude" a reeleição de Maduro. Luis Lacalle Pou, do Uruguai, de centro-direita, também rejeitou a decisão da Suprema Corte venezuelana.

Gabriel Boric acusou, na quinta-feira, a Suprema Corte da Venezuela de “consolidar a fraude” nas eleições do país.