Jogos Paralímpicos: saiba como funciona o sistema de classificação esportiva dos atletas
Cada modalidade esportiva determina seu próprio sistema de classificação
Os Jogos Paralímpicos estão bem próximos de serem realizados, com a abertura acontecendo nesta quarta-feira (28), em Paris. Além da grande diversidade de povos reunidos no evento, a Paralimpíada também reúne atletas com as mais diferentes condições físicas. Para resguardar a credibilidade da competição, se produz a Classificação Esportiva Paralímpica (CEP), forma de determinar as classes onde os atletas vão competir a partir das suas deficiências.
A Classificação Esportiva Paralímpica (CEP) é uma forma de categorização específica do movimento paralímpico. Ela determina quais atletas são elegíveis para competir e como eles são agrupados para a competição.
Vale ressaltar que cada modalidade esportiva determina seu próprio sistema de classificação. Tais sistemas são pautados no impacto da deficiência na ação motora da modalidade específica.
Enquanto alguns esportes oferecem oportunidades de competição para atletas com todas as dez deficiências elegíveis, como, por exemplo, paratletismo e paranatação, outros esportes são específicos para uma deficiência elegível, como é o goalball, esporte para atletas com deficiência visual.
Dessa forma, a CEP visa minimizar o impacto da deficiência no desempenho dos atletas, de modo que seja o desempenho esportivo que determine qual atleta ou equipe é o vencedor. Garantir que os atletas sejam classificados antes da competição é crucial para resguardar a integridade e credibilidade da competição.
Como funciona?
A classificação consiste em um processo de avaliação do atleta. Primeiramente, é necessário verificar se o atleta se enquadra em pelo menos 1 dos 10 tipos de deficiência (8 tipos de deficiência física, deficiência visual e deficiência intelectual).
Após a identificação de um ou mais tipo de deficiência, os classificadores (profissionais responsáveis pela avaliação dos atletas) deverão realizar avaliações nos atletas e verificar se os mesmos atendem aos critérios mínimos de elegibilidades. Tais critérios são estabelecidos segundo as regras de classificação de cada modalidade.
Exemplos
No atletismo, os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Os que disputam provas de pista e de rua (velocidade, meio-fundo, fundo
e maratona) e saltos (em altura e em distância) levam a letra T (de track) em sua classe. Já os atletas que fazem provas de campo (arremessos e lançamentos) são identificados com a letra F (field) na classificação.
T11 a T3 - Deficiências visuais.
T20 - Deficiências intelectuais.
T31 a T38 - Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38
para andantes).
T40 a T41 - Baixa estatura.
T42 a T44 - Deficiência nos membros inferiores sem a utilização de
prótese.
T45 a T47 - Deficiência nos membros superiores.
T51 a T54 - Competem em cadeiras de rodas.
T61 a T64 - Amputados de membros inferiores com prótese.
F11 a F13 - Deficiências visuais
F20 - Deficiências intelectuais
F31 a F38 - Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38
para andantes)
F40 e F41 - Baixa estatura
F42 a F44 - Deficiência nos membros inferiores
F45 e F46 - Deficiência nos membros superiores
F51 a F57 - Competem sentados (sequelas de poliomielite, lesões
medulares, amputações)
F61 a F64 - Amputados de membros inferiores com prótese
Já na natação, a classe esportiva da natação é composta por letra e número, na qual a letra significa o tipo de nado e o número o grau de comprometimento e/ou funcionalidade. As classes sempre começam com a letra S (de swimming, natação em inglês).
S + número da classe do atleta - Nado livre, costas e borboleta;
SB + número da classe do atleta - Nado peito;
SM + número da classe do atleta - Nado medley.
Classes de 1 a 10 - Atletas com limitações físico-motoras
Classes de 11 a 13 - Atletas com deficiência visual
Classe 14 - Atletas com deficiência intelectual.