SILVIO SANTOS

Silvio Santos: tradição judaica diz que família deve visitar túmulo um mês após enterro; entenda

Leis do luto no Judaísmo pedem que parentes façam cerimônia religiosa no cemitério para confortar 'a alma do falecido', além de outras regras nos primeiros 30 dias

O apresentador e dono do SBT, Silvio Santos - SBT/Divulgação

Um dos últimos pedidos de Silvio Santos era que fosse enterrado segundo a tradição judaica. A família respeitou este desejo, e o apresentador, que morreu no último sábado (17) aos 93 anos, foi sepultado no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo.

De acordo com a lei religiosa, os parentes precisam seguir uma série de regras: um mês após o enterro, realizam uma visita ao túmulo para uma cerimônia.

O lugar, entretanto, não tem acesso liberado ao público — por ser um templo sagrado, apenas seguidores da religião judaica podem entrar. Nos últimos dias, o controle do acesso pela segurança no espaço foi reforçado com o aumento da procura por visitação.

 

Atualmente, a família precisa seguir o segundo período do luto que é conhecido como Sheloshim (“trinta”). Após várias restrições, os enlutados podem recomeçar suas atividades normais, mas “proibidos de algumas coisas”, diz livro da associação Chevra Kadisha de São Paulo.

Até o 30° dia após o enterro não se pode:

cortar os cabelos e aparar as unhas;

comprar e usar roupas novas;

viajar a passeio ou turismo;

e enviar presentes.

No 30° dia, de acordo com a lei, a família pode realizar uma visita ao túmulo e realizar uma cerimônia dedicatória. “Segundo a Cabalá, a alma do falecido é confortada, espiritualmente, quando seus filhos, familiares ou amigos vêm ao seu túmulo orar por ela e pelo seu repouso”, diz a norma.

Há indicações sobre as vestimentas dos familiares também: “Deve-se entrar no cemitério trajado decorosamente, mesmo nos dias quentes do verão, com o devido respeito e senso de reverência, e com a cabeça coberta”.

A visita por pessoas que não seguem a religião ao cemitério, entretanto, não é autorizada pela administração. Ao Globo, a instituição, administrada pela associação Chevra Kadisha de São Paulo, afirma que o “cemitério é um templo santo para a religião” e que, por isso, o acesso ao local não é liberado para o público em geral.

Devido à tradição judaica, mesmo pessoas que pertencem ao judaísmo, não realizam homenagens ao morto em seu local de sepultamento.

Morte de Silvio Santos
O icônico apresentador morreu no último sábado (17) aos 93 anos, por decorrência de uma broncopneumonia após uma infecção por Influenza (H1N1), de acordo com o boletim médico do hospital Albert Einstein, onde o apresentador estava internado.

Entre os seus últimos pedidos, Silvio Santos afirmou que não queria um velório. O dono do SBT queria que seu corpo fosse logo levado para o cemitério e que a cerimônia de despedida fosse restrita à família e a amigos próximos. Todos os ritos de despedida serão feitos de acordo com a tradição judaica, religião do empresário. Sua ideia, segundo comunicado divulgado pelas filhas, era ser lembrado com alegria.

Silvio deixa a mulher, Íris Abravanel, seis filhas, 14 netos e quatro bisnetos.