Conflito

Netanyahu: Israel não deu "sua última palavra" ao Hezbollah com os bombardeios no Líbano

Pelo menos três pessoas foram mortas nos ataques israelenses; grupo xiita libanês disse ter agido em retaliação pelo assassinato de um de seus principais comandantes

Benjamin Netanyahu - Amir Cohen/AFP

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou este domingo (25) que Israel não deu sua “última palavra” com os bombardeios ao sul do Líbano, lançados nesta madrugada para frustrar o ataque em grande escala do Hezbollah.

O grupo xiita libanês, por sua vez, disse ter lançado centenas de foguetes e drones contra Israel em retaliação pelo assassinato de um de seus principais comandantes em Beirute no mês passado.

“Há três semanas eliminamos o seu comandante-chefe (do Hezbollah) e hoje frustramos o seu plano de ataque”, insistiu Netanyahu no Conselho de Ministros, informou o seu gabinete.

O movimento xiita libanês lançou um ataque em grande escala contra Israel em resposta à morte de Fuad Shukr, um de seus comandantes num bombardeamento de Israel em Beirute, capital do Líbano, em 30 de julho.

Pelo menos três pessoas foram mortas nos ataques israelenses no Líbano neste domingo, e não houve relatos de vítimas em Israel.

Apesar disso, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou estado de emergência no país a partir das 6h locais (0h em Brasília) por 48 horas.

Na sequência, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu realizou uma reunião com seu gabinete de segurança e prometeu fazer “tudo o que for necessário” para proteger os habitantes do norte de Israel.

Declarações vazias
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que as declarações de Israel sobre ter realizado “ações preventivas” são “vazias”.

Em comunicado, o grupo disse ter lançado “um ataque aéreo com um grande número de drones”, além de “mais de 320” foguetes Katiusha contra 11 bases militares em Israel e nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel.

O grupo detalhou que a ofensiva teve como alvo “quartéis e posições israelenses” e que buscava “facilitar a passagem de drones de ataque em profundidade” para a região. Depois, assegurou que sua operação terminou por enquanto e que foi um “sucesso”.

Operação complexa
O tenente-coronel Nadav Shoshani disse que a Força Aérea israelense lançou “uma operação complexa pouco antes das 5h (23h em Brasília), na qual 100 aviões atingiram milhares de foguetes direcionados ao norte de Israel em 40 zonas de tiro no sul do Líbano”.

Ele afirmou que os disparos do Hezbollah faziam parte de um “ataque planejado de maior envergadura”, e que as forças do Estado judeu conseguiram “frustrar grande parte dele”.

No X, o Exército israelense anunciou que o Hezbollah disparou “mais de 150 projéteis em direção a Israel”, mas não informou se alguma posição militar foi atingida.

Os rebeldes Houthis do Iêmen apoiaram o que classificaram como “ataque corajoso” do Hezbollah e reiteraram a ameaça de lançar sua própria ofensiva em resposta a uma operação israelense no porto iemenita de Hodeida.

Em julho, o Exército de Israel atingiu instalações de armazenamento de petróleo na região, operação que deixou pelo menos três mortos e 80 feridos, sendo a maioria deles com queimaduras graves, segundo o Ministério da Saúde local.