GEOFÍSICA

Terremoto em Portugal é a mesma coisa de abalo sísmico, que já aconteceu em Caruaru? Entenda

Especialista explica fenômeno

Terremoto aconteceu na madrugada desta segunda-feira (26) - Reprodução/Instituto Português do Mar e da Atmosfera

O terremoto de magnitude 5,3 graus que atingiu a região de Lisboa, na cidade do Porto, e no distrito de Setúbal, em Portugal, na madrugada desta segunda-feira (26), pode ser potencialmente considerado como o maior episódio sísmico que já aconteceu naquele País, desde o final da década de 1960.

O que aconteceu hoje não deixou qualquer vítima e nenhum dano significativo, segundo a Proteção Civil.



Por outro lado, embora aconteça raramente, o Brasil não parece estar distante de sofrer abalos sísmicos. O mais recente deles em Pernambuco aconteceu no município de Caruaru, no Agreste do Estado, no último dia 31 de julho.

Segundo o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis-UFRN), que faz monitoramento de abalos sísmicos no Nordeste, o tremor teve magnitude de 1,9 graus.

De acordo com o geofísico Eduardo Menezes, da UFRN, terremoto e abalos sísmicos se tratam do mesmo evento. O que diferencia os dois são as consequências. O ‘terremoto’ está associado a grandes destruições e os ‘abalos’ aos estragos de menores proporções.

Tremores registrados em Caruaru, somente em 2024
•    1,9 graus, no dia 31/07/2024
•    1,8 graus, no dia 07/03/2024
•    1,7 graus, no dia 13/02/2024
•    1,7 graus, no dia 06/02/2024
•    2,0 graus, no dia 20/01/2024
•    1,8 graus, no dia 07/01/2024
*Fonte: boletim Do LabSis da UFRN

Contudo, ainda segundo Eduardo, o terremoto que aconteceu em Portugal não tem relação com os tremores sentidos no Brasil e de nenhuma outra parte do mundo, devido a características geológicas peculiares de cada País.

“Essas características são os movimentos tectônicos [rochas] que geram essas falhas geológicas, por causa de pressões sofridas no interior da Terra. Os tremores também acontecem devido a própria formação geológica dos materiais existentes na região, podendo também ocorrer por grandes detonações em exploração de minérios, por exemplo”, complementa.



“Em Portugal, o epicentro foi no mar, mas isso ocorre bem abaixo do fundo oceânico, e é uma falha geológica que está ativa. Já aqui no Nordeste brasileiro também temos igual semelhança das falhas que entram em atividade pelo mesmo processo de pressão no interior da Terra”, finaliza ele