Justiça determina que acusado de fraude entregue todas as cópias do disco mais raro do mundo
''Once upon a time in Shaolin'', do grupo de hip hop Wu-Tang Clan, foi lançado com apenas uma cópia física em 2015, como crítica à indústria musical
Considerado o disco mais raro da história, o álbum "Once upon a time in Shaolin" do grupo norte-americano e hip hop Wu-Tang Clan voltou ao noticiário. A juíza federal Pamela K Chen, do Brooklyn, determinou que ex-executivo farmacêutico Martin Shkreli, condenado por fraude eletrônica e de valores mobiliários, identifique todas as cópias que fez do álbum e para quem foram enviadas até a próxima sexta-feira (30).
Shkreli também está está proibido de transmitir qualquer conteúdo adicional do disco. Conhecido como "Pharma Bro", ao ganhar notoriedade por ter aumentado o preço de um medicamento para Aids em 5.000%, anteriormente possuía a única cópia do álbum do Wu-Tang Clan, lançado em 2015 sem cópias adicionais como crítica à indústria musical.
O grupo passou seis anos criando "Once upon a time in Shaolin" antes de colocar uma única cópia do álbum duplo de 31 faixas em leilão, com a condição de que não fosse lançado publicamente. O grupo de hip-hop multiplatinado queria que fosse visto como uma obra de arte contemporânea.
Shkreli, comprou o álbum por US$ 2 milhões em 2015, mas teve de entregá-lo ao Governo americano após sua condenação por fraude de valores mobiliários em 2021 por mentir para investidores e enganá-los em milhões de dólares. O álbum foi então comprado pela PleasrDAO, um coletivo de criptomoedas, por US$ 4,75 milhões.
Em junho, a PleasrDAO processou Shkreli e o acusou de reter e disseminar cópias digitais, violando o acordo. Edward Paltzik, advogado de Shkreli, disse em um e-mail que a ordem do juiz manteve “o status quo percebido” da progressão do processo e não tem “nenhuma relação com o resultado final do caso”.
Após ser libertado de uma sentença de sete anos por sua condenação por fraude em 2022, Shkreli se gabou em suas redes de ainda possuir uma cópia do álbum e transmitiu partes dele para seus seguidores. Em 2016, há registros dele tocando o disco para comemorar a vitória de Donald Trump na eleição presidencial.
Item de exposição
"Once upon a time in Shaolin" integrou em junho a exposição "Namedropping", promovida pelo Museum of Old and New Art (MONA), na cidade de Hobart, na Austrália, que segue até abril do ano que vem. No entanto, a primeira audição pública do álbum só durou dez dias, de 15 a 24 de junho, e para um número seleto de pessoas.
"Once Upon a Time in Shaolin..." foi lançado em 2015 e é o sétimo álbum do grupo. Uma cláusula no contrato de venda impõe que o disco só poderá ser comercializado daqui a 88 anos, a partir de 2103.