Uruguai

Mujica deixa o hospital com saúde 'frágil', diz médica

ua saúde é "frágil", ressaltou a médica Raquel Pannone

Ex-presidente uruguaio José Mujica - Pablo Porciuncula / AFP

O ex-presidente uruguaio José Mujica voltou para casa nesta terça-feira (27), após permanecer 24 horas internado devido a uma deterioração da sua função renal causada pelo tratamento oncológico.

Sua saúde é "frágil", ressaltou a médica Raquel Pannone, informando que o ex-presidente, 89, foi internado devido a dificuldades para receber a administração de soro em casa.

Ex-guerrilheiro esquerdista que governou o Uruguai entre 2010 e 2015, "Pepe" Mujica foi diagnosticado com câncer de esôfago em maio e submetido a sessões de radioterapia até meados de junho.

“Os efeitos da radioterapia tornaram mais difícil para ele se alimentar, e ele tem ingerido menos líquidos, o que piorou a sua função renal”, explicou Raquel, em entrevista coletiva.

“Ele está frágil”, ressaltou a médica, que se mostrou otimista quanto à recuperação do ex-presidente, apesar da insuficiência renal e de uma vasculite.

“Temos fortes convicções de que o câncer foi curado", disse a médica, explicando que exames não mostraram evidências do tumor, o que sugere "que a evolução foi boa".

Raquel informou que Mujica perdeu peso e massa muscular, mas que não está desnutrido. "Se conseguirmos que ele beba água, que se recupere, isso vai melhorar", indicou a médica, enfatizando que o câncer “foi tratado e não é o problema atual”.

- Lúcido -
Raquel disse que Mujica “não está no seu melhor momento" em termos de ânimo, mas que segue “muito lúcido", e não descartou que ele participe de um ato político nesta noite: "Ele tem uma atividade programada para hoje, vamos ver se poderá participar."

Questionada sobre como a mulher de Mujica, Lucía Topolansky, 79, lida com a situação, a médica disse que ela "está bem de saúde", embora a situação seja "muito desgastante. Exige dela um esforço maior, o que também a afastou um pouco da atividade política, mas ela está muito ativa, como sempre.”

Em declarações ao jornal americano The New York Times publicadas na última sexta-feira, Mujica disse que a radioterapia contra o câncer de esôfago foi considerada um sucesso, mas que se sente "destruído" e "perdendo" a vida.