Mulher

Acordo destinará 5% das vagas terceirizadas do TRT-6 para mulheres vítimas de violência

O acordo, em parceria com a Secretaria da Mulher de Pernambuco, foi assinado nesta quarta-feira (28), na sede do TRT-6, no bairro do Recife.

TRT-6 e SecMulher assinam acordo para destinar 5% das vagas terceirizadas do tribunal para mulheres vítimas de violência. - Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Visando a promover a autonomia financeira de mulheres em situação de vulnerabilidade, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) e a Secretaria da Mulher de Pernambuco assinaram, nesta quarta-feira (28), um acordo de cooperação técnica que destina 5% das vagas terceirizadas do tribunal para mulheres vítimas de violência doméstica.

A cerimônia de assinatura ocorreu na sede do TRT-6, no Bairro do Recife. O acordo foi assinado pela secretária da mulher de Pernambuco, Juliana Gouveia, juntamente com a presidente do tribunal, a desembargadora Nise Pedroso Lins de Sousa.

Também participaram do ato de assinatura as juízas Roberta Corrêa, que compõe o subcomitê de fortalecimento da mulher, e Adriana Satou, auxiliar da presidência do TRT-6.

O acordo foi assinado pela secretária da Mulher de Pernambuco, Juliana Gouveia, juntamente com a presidente do tribunal, a desembargadora Nise Pedroso Lins de Sousa | Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Acordo destinará 5% das vagas terceirizadas do tribunal
A iniciativa visa a ampliar as oportunidades de inserção dessas mulheres no mercado de trabalho, um passo crucial para romper o ciclo de violência e dependência econômica que muitas enfrentam.

Segundo Juliana Gouveia, o acordo priorizará mulheres que estão em situação de risco e são atendidas pelas casas-abrigo e Centros de Referência distribuídos por todo o Estado.

"O maior objetivo desse acordo é incentivar a autonomia econômica dessas mulheres. Muitas vezes, essas mulheres não têm oportunidade ou nunca trabalharam, ou perderam seus empregos por conta da violência e da falta de uma rede de apoio. Sabemos que a autonomia econômica é uma estratégia importante no enfrentamento à violência contra a mulher", destacou a secretária.

Também participaram do ato de assinatura as juízas Roberta Corrêa, que compõe o subcomitê de fortalecimento da mulher, e Adriana Satou, auxiliar da presidência do TRT-6 |  Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

O processo de inclusão dessas mulheres no mercado de trabalho será coordenado pela Secretaria da Mulher, que identificará e encaminhará as candidatas para as vagas disponibilizadas pelo TRT-6.

O tribunal, por sua vez, se compromete a garantir que as empresas terceirizadas mantenham a confidencialidade sobre a situação dessas trabalhadoras, respeitando suas condições e protegendo seus dados pessoais.

Para a desembargadora Nise Pedroso, a parceria com a Secretaria da Mulher é um exemplo de como a cooperação entre diferentes órgãos pode gerar resultados concretos.

"O Tribunal do Trabalho sempre trabalhou com pautas de gênero, equidade racial e outras questões sociais. Esse acordo é muito importante para nós, pois permite que essas mulheres tenham uma inserção social novamente. O impacto é muito forte, porque elas poderão retornar ao campo profissional, reestruturar suas vidas e conquistar autonomia financeira, desligando-se da dependência do homem", afirmou a presidente.

Promoção da igualdade de oportunidades
Ela também ressaltou que o tribunal já possui outras iniciativas voltadas para a inclusão feminina, como a contratação de mulheres para atuar como motoristas da instituição, vagas que majoritariamente eram ocupadas por homens.

Desta forma, a assinatura desse acordo fortalece ainda mais o compromisso do TRT-6 com a promoção da igualdade de oportunidades.

"Eu acredito que o impacto desse acordo será muito forte, pois elas poderão retornar ao campo profissional, reestruturar suas vidas, e conquistar autonomia financeira, desligando-se da dependência do homem. E é exatamente nisso que queremos chegar: no fortalecimento e empoderamento dessas mulheres, para que elas tenham as mesmas oportunidades que todo ser humano deve ter numa sociedade", colocou a desembargadora.

Para as mulheres envolvidas na iniciativa, o acordo firmado nesta quarta-feira (28) é mais do que uma formalidade; é uma esperança para muitas mulheres que, após enfrentarem situações de violência extrema, enxergam a possibilidade de reconstruir suas vidas.

"Levamos esperança e fortalecemos a mensagem de que existe vida após a violência. É essa a retomada, o fortalecimento da própria vida que a mulher experimenta ao sair do ciclo de violência doméstica e familiar e ingressar no mercado de trabalho", enfatizou a secretária Juliana Gouveia.