CONTRATEMPO

Metrô quebra e tempo de espera dobra no ramal Jaboatão

Modal funciona em 'via singela', que é quando uma linha é usada nos dois sentidos

Metrô - Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

Um problema técnico que paralisou a operação de um trem, por volta das 7h10 desta quinta-feira (29), resultou no aumento do tempo de espera para quem utiliza o ramal Jaboatão do metrô. Os intervalos chegam a 40 minutos.

Por conta do imprevisto, o espaço entre as estações Jaboatão, Engenho Velho, Floriano e Cavaleiro está sendo utilizado em ‘via singela’, que é quando a linha é usada nos dois sentidos.

Segundo a assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o metrô ia no sentido subúrbio – cidade quando a falha aconteceu.

Logo após, os técnicos tentaram reverter a situação, mas os trabalhos não obtiveram sucesso e os passageiros precisaram esvaziar a composição, para que ela fosse levada à oficina, que fica entre as estações Cavaleiro e Floriano, também em Jaboatão.

 

Com a ‘descida orientada’, os passageiros foram encaminhados para a Estação Cavaleiro para esperar o próximo trem.

Passageiros sofrem com atrasos
Quem utiliza o modal todos os dias sente na pele os prejuízos advindos de qualquer resquício de paralisação do metrô. Um fato como este, atinge, diretamente, 50 mil pessoas.

A professora Josiane Santana, de 45 anos, ficou surpresa ao saber do imprevisto, enquanto esperava um trem, na Estação Central do Recife. Ela tomou ciência do assunto através da reportagem da Folha de Pernambuco e ficou impactada com possíveis atrasos para chegar ao trabalho, em Jaboatão.

“Impacta não só na minha vida, mas a de toda a população que depende do metrô. Muitas pessoas dependem para ir trabalhar, ir ao médico ou fazer outras coisas. Mas impacta totalmente quando a gente não tem qualquer aviso sobre isso. Fica difícil. Diariamente, a gente já enfrenta tantas dificuldades, o metrô cheio, e agora com esse contratempo. Ninguém merece”, observou ela.

A professora Ângela Nascimento, de 64 anos, voltava para casa, após uma consulta médica, quando soube da quebra do metrô. Mesmo tendo conseguido pegar um trem, ela vê a série de imprevistos como uma “situação desconfortável”

“Eu fico me sentindo péssima. É uma situação muito desconfortável para todo mundo. Isso vem acontecendo há muito tempo e ninguém toma providência. Conversam a mesma coisa, todos os dias, e nunca arrumam uma solução. Não aparece um governo que invista numa situação dessa a fundo, nem que chegue de frente e fale a realidade para a população. As pessoas ficam se sentindo mal com essa situação, porque ficamos à mercê do perigo”, comenta a passageira.

Já o vigilante Melquíades Alves, 60, diz que os problemas do metrô já são considerados como ‘normais’. Pelo tempo de trabalho dos trens, ele enxerga sucateamento e falta de investimentos no modal.

“São muitos anos rodando com poucos investimentos. Para mim, já virou até normal acontecer esses problemas, por conta do envelhecimento com o tempo. Falta manutenção, falta verba do Governo Federal para fazer esses serviços. Esses trens já renderam demais. A gente não pode nem mais reclamar, porque seria pior sem eles. Imagina se a população fosse pegar só ônibus. Seria um caos”, pontuou ele.

Volta à normalidade
Por meio de nota, a CBTU informou que o trem foi recolhido para a oficina, às 7h35 e que a ‘via singela’ foi encerrada. 

Contudo, a normalidade da operação voltou quase uma hora depois do recolhimento da composição.