Estados Unidos

Congresso da Califórnia adota lei para regular empresas de inteligência artificial generativa

Nova norma enfrentou fortes críticas, tanto de empresas como de membros democratas do Congresso dos EUA

OpenIA - Reprodução/OpenIA

O Congresso do estado da Califórnia aprovou na quarta-feira uma lei para regular os modelos de inteligência artificial (IA) generativa, apesar da oposição de empresas que temem que a nova legislação trave os avanços desta tecnologia.

"Estou orgulhoso da diversidade da coalizão que apoiou este projeto de lei, uma coalizão que acredita profundamente na inovação e na segurança", escreveu, na rede social X, Scott Wiener, representante democrata no Senado estadual e relator do texto.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, tem até 30 de setembro para sancioná-la ou vetá-la.

A norma enfrentou fortes críticas, incluindo as de membros democratas do Congresso dos Estados Unidos, que argumentam que ela ameaça os desenvolvedores com medidas punitivas em um campo de inovação.

A visão de muitos de nós no Congresso é que a lei é bem-intencionada, mas mal informada disse recentemente a democrata Nancy Pelosi, senadora pela Califórnia em Washington e uma das vozes mais influentes de seu partido.

Queremos que a Califórnia esteja na vanguarda da IA de uma forma que proteja os consumidores, os dados, a propriedade intelectual e muito mais. A lei prejudica esse objetivo mais do que contribui acrescentou.

No entanto, o texto também recebeu apoio de empresários do setor, como o bilionário Elon Musk, que argumenta que os riscos da IA generativa justificam que ela seja regulada.

Batizada de "Lei para uma Inovação Segura em Modelos Pioneiros de IA", a proposta busca impedir que essa tecnologia possa causar danos que impliquem incidentes de cibersegurança em grande escala.

Wiener esclareceu que a lei obriga os desenvolvedores de modelos de IA a realizar testes em seus sistemas, simular ataques cibernéticos, instalar salvaguardas de cibersegurança e fornecer proteção a denunciantes de falhas ou más práticas.

Várias empresas dessa tecnologia, como a OpenAI, criadora do ChatGPT, que gera conteúdos com comandos simples em linguagem cotidiana, se opõem à norma.

A OpenAI teme uma fuga de cérebros dos Estados Unidos e do Vale do Silício, e disse que prefere que seja estabelecida uma legislação para todo o país, em vez de regulações de IA para os 50 estados americanos.

Outro dos players dessa tecnologia de ponta, a Anthropic, acredita que os benefícios da nova lei "provavelmente superam seus custos".

Pelo menos 40 estados apresentaram este ano projetos de lei para regular a IA, e meia dúzia adotou resoluções ou promulgou leis que abordam essa tecnologia, segundo a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais.