"A Flor das Algarobas": single de PC Silva exalta poeta do Sertão do Pajeú
Segundo single do cantor e compositor pernambucano, que antecede novo álbum, está disponível nas plataformas digitais
O contar histórias do cantor e compositor PC Silva, dessa vez, pairou sobre Severina Branca, uma "poeta fêmea" de São José do Egito, no Sertão do Pajeú, musicalmente imortalizada em "A Flor das Algarobas" - segundo single do artista pernambucano, assinado em parceria com Juliano Holanda.
A canção, nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira (31), é mais uma prévia do álbum “Me Dê Notícias do Universo”, com lançamento previsto para outubro.
"Beira de Mar", single inaugural de uma sequência que antecede o novo disco, foi disponibilizado no último dia 16.
Serrote Pintado
Da Zona Rural de São José do Egito, o lugarejo em que vive a quase octogenária Severina Branca, chamado de Serrote Pintado, é tomado por repentes, córdeis, cantorias e outras manifestações artísticas.
Admirador da poesia assinada por sua conterrânea, PC Silva atribuiu ao novo single o findar de um rol de canções que vão compor o disco - agora colorido também pela sonoridade sutil (e potente) acerca de Severina Branca.
A homenagem trouxe à tona, em versos, a poesia autoral da sertaneja, garimpada de amores, saudades, perdas, tradições, decepções e sofrimentos do dia a dia e dos cabarés frequentados na sua juventude boêmia.
"A Flor das Algarobas" remonta, também, a canções que, tal qual, exaltam personagens marcantes, a exemplo de “Giulietta Masina” (Caetano Veloso), criada para celebrar a atriz italiana habitué de filmes dirigidos pelo cineasta Federico Fellini.
“Eleanor Rigby”, de Paul McCartney e John Lennon, sobre uma mulher marcada por juntar arroz após um casamento e um misterioso Padre McKenzie, também inspiraram o novo single.
A FLOR DAS ALGAROBAS
(PC Silva / Juliano Holanda)
Versos de prata
Peito de chumbo
Carmim de amor carnal
Flor de cor roxa
Bonina rosa
Dourado matinal
Nomes e cores
Dores e amores
Poeta fêmea
Serás e foste
Mais que o silêncio é
Poeta fêmea
Luzir na mata
Fundo profundo
Calor no vendaval
Marrom ameixa
Prazer da prosa
Noturno castiçal
Nomes e cores
Dores e amores
Poeta fêmea
Serás e foste
Mais que o silêncio é
Poeta fêmea
Irmã da solidão
E amiga de quem é
Sua pariceira
A noite vai trazer
Tecidos pra vestir
A flor das algarobas
(Severina Branca)