Brasil

Haddad: sem derrotas 'compreensíveis' no Congresso, governo teria déficit zero em 2023

Ministro da Fazenda disse ter confiança de que a economia brasileira pode ter crescimento perto dos 3% em 2024

Fernando Haddad - Roverna Rosa

Se não fossem algumas derrotas do governo no Congresso, o balanço das contas públicas teria sido de déficit zero, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira.

Em evento na capital paulista, ele frisou que era “compreensível”que parte da agenda não tenha avançado e que esse era o “preço da democracia.

— Se nós tivéssemos aprovados 100% do que nós propusemos para o Congresso no ano passado, nós estávamos com déficit zero este ano. E sustentável. Não é um déficit zero porque eu vendi a Petrobras, não. Sustentável. Receita e despesa equilibrados — afirmou Haddad. — Adiamos um pouco os resultados mas a democracia é isso.

O ministro acrescentou que esse era o preço da democracia, e que apesar das derrotas, o governo foi “muito bem”.

 — Conseguimos dialogar com as duas casas, conseguimos aprovar uma série de medidas reparadoras. Conseguimos aprovar um arcabouço que limita o crescimento das despesas em 2,5% de crescimento real ao ano, […] limitamos o crescimento da despesa.

O ministro da Fazenda frisou que resultado das contas públicas está em linha com as metas deste ano.

Ele projetou ainda que o déficit das contas públicas caia a menos da metade do que foi o ano passado, caso o Congresso aprove uma compensação para a desoneração da folha de pagamento.

Nesta sexta-feira, o Banco Central divulgou que as contas públicas (incluindo governos federal, estadual e municipal encerraram) o mês de julho com déficit de R$ 21,3 bilhões.

Segundo ele, “com pequenos ajustes”, a economia brasileira pode entrar em um ciclo de crescimento sustentável, e disse que o governo herdou um período que foi “muito mais do que uma década perdida”.

Ele disse ter confiança de que a economia brasileira pode ter crescimento perto dos 3% em 2024. Oficialmente, o Ministério da Fazenda mantém estimativa de 2,5% de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano.

O ministro também destacou o resultado positivo do IPCA-15, de agosto, que teve alta de 0,19% e disse que é preciso mostrar “para os setores relutantes que a gente tem um bom caminho”.