Bia Haddad supera ex-número 1 do mundo e Brasil volta às quartas do US Open após 56 anos
Desde 1968 que o Brasil não tinha um representante nas quartas do Grand Slam nova-iorquino, na época com Maria Esther Bueno, que avançou até a semifinal
Bia Haddad deu mais um passo em sua brilhante e histórica campanha no torneio de simples do US Open, nesta segunda-feira (2).
Diante da experiente e ex-líder do ranking mundial, a dinamarquesa Caroline Wozniacki, de 34 anos, a brasileira se impôs para garantir vaga nas quartas de final do último Grand Slam do ano, o que não acontecia para o País havia 56 anos, com triunfo por 6/2, 3/6 e 6/3 após batalha de 2h39.
Desde 1968 que o Brasil não tinha um representante nas quartas do Grand Slam nova-iorquino, na época com Maria Esther Bueno, que avançou até a semifinal.
Bia Haddad iguala a lendária tenista ao somar quatro vitórias seguidas e jogando em alto nível. A próxima rival será a checa Karolina Muchova.
Depois de necessitar da virada na estreia, diante de Elina Avanesyan, da Armênia, a brasileira vem passando fácil pelas adversárias.
A 22ª cabeça de chave em Nova York anotou 6/2 e 6/1 sobre a espanhola Sara Sorribes Tormos na segunda rodada e depois fez 6/3 e 6/1 diante da russa Anna Kalinskaya, cabeça de chave 15.
Cansada, acabou eliminada nas duplas. Mas, nesta segunda-feira, em seu segundo jogo seguido na Louis Armstrong Stadium, com incrível público, começou muito bem, permitiu a igualdade, mas fez um terceiro set de excelência para obter a merecida vaga.
"Wozniacki é muito competitiva, você tem de estar o tempo inteiro propondo, tem de ser muito competitiva. Não me surpreendo com o jogo, mas fico muito feliz, pois é uma grande adversária", comemorou a brasileira.
"Me sinto cada vez mais forte, tenho feito boas partidas e experiências me preparam e fazem com que eu me sinta pronta para enfrentar Karolina Muchova, na próxima quarta-feira", garantiu, se divertindo quando o grito de "olê, Olê, Olê, olá, Bia, Bia", foi realizado na entrevista de quadra.
O jogo
O jogo começou registrando um primeiro game de cinco minutos e já com Bia Haddad quebrando em sua primeira oportunidade.
A brasileira sabia, contudo, que necessitava de seu serviço, de muita concentração e dos golpes agressivos diante da experiente rival - se aposentou em 2019 e voltou em 2023 e já foi a melhor do mundo por 67 semanas.
Wozniacki precisou de cinco chances para devolver a quebra logo a seguir. Bia parou na rede em parcial de mais de 10 minutos diante de uma dinamarquesa muito agressiva.
Ambas estavam embaladas pela campanha no US Open e motivadas. Depois de bela curta, novo break para a brasileira e nova vantagem, por 2 a 1.
Totalmente confortável em quadra, o primeiro game rapidamente foi se tornando verde e amarelo. Bia Agredia o serviço da dinamarquesa e enfileirava quebras. Foram logo três e 4 a 1 com o serviço.
Enquanto Bia Haddad dominava todas as ações, Wozniacki não escondia sua irritação com o tanto de pontos desperdiçado.
Trocou até de raquetes no meio do sexto game para tentar "voltar" à partida.
Mas de nada adiantou e o set foi da brasileira por 6 a 2 após parada rápida por um "problema técnico" no complexo de Flushing Meadows e belo ace.
O segundo set começou semelhante ao primeiro, com uma quebra para cada lado. Bia largou melhor e novamente não sustentou.
Wozniacki ficou pela primeira vez em vantagem após bola na rede de Bia Haddad e 2 a 1 na parcial ao confirmar o serviço.
A brasileira teve pela frente seu primeiro momento delicado no jogo ao se ver quebrada no quarto break point do game 4 e depois ver a rival sacar bem para abrir 4 a 1.
Bia ainda teve chance de devolver a quebra com 15 a 40, mas a dinamarquesa se recuperou e abriu 5 a 2. O equilibrado confronto chegou à igualdade com Wozniacki empatando com 6 a 3.
Pai e treinador, Piotr Wozniacki conversou bastante com a filha antes do set decisivo.
Do outro lado, Bia Haddad escutou algumas recomendações de Rafael Paciaroni, a quem olhava a todo momento por dicas. Começou com 1 a 0 no saque. Em bela paralela e vibração entusiasmada, quebrou para 2 a 0.
Sob gritos de "olê, olê, olá, Bia, Bia", a brasileira sabia que bastava manter o serviço para somar mais uma vitória. Logo fez 4 a 1.
Ficou a um game da vitória ao alcançar 5 a 2 em jogada que inflamou ainda mais a torcida, com bola na linha e depois voleio sem deixar a bolinha pingar.
O punho cerrado mostrava significava a vaga nas quartas estava próxima.
A ex-líder do ranking ainda teve 40 a 0 para diminuir o placar e viu Bia buscar. A promessa de ser agressiva no jogo todo se confirmava. No sufoco, a dinamarquesa confirmou o ponto.
Bia Haddad foi para o serviço da vitória e com o peso de fechar o jogo. Saiu com 0/15 e depois teve um 15/30 antes de chegar ao match point.
Wozniacki se salvou de maneira espetacular, correndo muito. A dinamarquesa salvou novo match point e desperdiçou duas chances de quebra. Na terceira oportunidade, a brasileira se garantiu com 6/3 para enorme festa.
Mais Brasil nas quartas do US Open
O País também continua muito bem nas duplas femininas do US open Parceria cabeça de chave 8, a brasileira Luis Stefani e a holandesa Demi Schuurs passaram pelas norte-americanas Sofia Kenin e Bethanie Mattek-Sands, parciais de 6/4 e 6/3, para se garantir entre as oito melhores.