Wall Street fecha sem tendência definida e sem convicção
As demissões, por sua vez, aumentaram 13%, atingindo o maior patamar desde março de 2023
A bolsa de Nova York fechou de forma mista nesta quarta-feira (4), com o mercado preocupado com a saúde da economia americana e relutante em tomar posições antes do relatório de emprego que será divulgado na sexta-feira.
O índice industrial Dow Jones teve um leve ganho de 0,09%, o tecnológico Nasdaq caiu 0,30% e o S&P 500 perdeu 0,16%.
Assim como na terça-feira, quando a queda foi acentuada em Wall Street, "os investidores temem um enfraquecimento da economia", resumiu Jack Ablin, da Cresset Capital.
Essa impressão foi reforçada por um relatório do Departamento de Trabalho que revelou que o número de vagas de emprego nos Estados Unidos caiu em julho para o nível mais baixo desde janeiro de 2021.
As demissões, por sua vez, aumentaram 13%, atingindo o maior patamar desde março de 2023.
Diante desses dados, os operadores ajustaram suas expectativas para a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) nos dias 17 e 18 de setembro. Agora, 45% esperam um corte na taxa de juros de meio ponto percentual.
A deterioração das perspectivas econômicas afetou os setores cíclicos, sensíveis à conjuntura, como a fabricante de máquinas Caterpillar (-1,03%) e a Nike (-0,37%).
Isso também pressionou ainda mais o petróleo, com quedas nas ações das gigantes do setor de energia como ExxonMobil (-1,22%) e Chevron (-1,79%).
Após uma grande queda na terça-feira, o setor de semicondutores recuperou parte do terreno, exceto pela Nvidia, que voltou a cair, desta vez 1,66%.
"Não vejo muita convicção nos investidores", explicou Ablin. "A tendência é de enfraquecimento, mas também não há um impulso forte nessa direção".
O mercado está se preparando para o relatório de emprego de sexta-feira, crucial antes da reunião do Fed, "mas não há pânico".
Nancy Vanden Houten, da Oxford Economics, mencionou o Livro Bege do Fed, o relatório de conjuntura do banco central dos EUA, que foi divulgado nesta quarta-feira e que, segundo a analista, "mostra uma economia que está desacelerando, mas longe de uma recessão".
A fabricante de aço US Steel foi a maior perdedora do dia, com uma queda de 17,47%, após o jornal The Washington Post reportar que o presidente Joe Biden estaria prestes a bloquear formalmente sua compra pela japonesa Nippon Steel.
As ações do grupo de mídia do ex-presidente e candidato republicano Donald Trump, TMTG (-6,08%), caíram para o nível mais baixo desde que entrou na bolsa no final de março.
Os investidores temem que Trump venda total ou parcialmente suas ações após o período de seis meses desde o ingresso na bolsa, conforme permitido pela empresa.
Eles também estão incertos sobre o futuro de sua rede social, Truth Social, caso ele seja derrotado nas eleições de novembro pela democrata Kamala Harris, e reagiram negativamente ao retorno do ex-presidente ao X, antigo Twitter, onde voltou a publicar ativamente.