CEARÁ

Após denúncia, deputado cearense tenta revogar título de cidadão honorário de Silvio Almeida

Carmelo Neto (PL) protocolou Projeto de lei para anular honraria concedida ao ex-ministro dos Direitos Humanos em julho deste ano

Silvio Almeida - Reprodução/G20

Em meio à repercussão da denúncia de assédio sexual, o deputado estadual Carmelo Neto (PL) protocolou na última sexta-feira um projeto de lei que solicita a revogação do título de cidadão honorário do Ceará — Nós temos uma acusação de uma ministra do próprio governo Lula de que Silvio Almeida cometeu assédio sexual contra ela — justifica Carmelo Neto.

A honraria mencionada foi concedida ao ex-ministro em julho deste ano. Na ocasião, o deputado estadual Renato Roseno (PSOL) fez uma parceria com o presidente da Casa, Evandro Leitão (PT) e o projeto foi aprovado por unanimidade.

A concessão do título honorário foi pautada no trabalho de Silvio Almeida na pasta. Segundo os parlamentares, sua condução foi exemplar em temáticas como direitos da população LGBTQIA+ e população em situação de rua. À época, Almeida classificou o título como "a maior honraria" de sua vida.

— Aprendi com muitos amigos cearenses, que todo filho e filha dessa terra tem um orgulho danado de ser cearense. Todos que conheci têm prazer em falar e louvar sua terra — disse em julho.

Na última quinta-feira, a organização Me Too Brasil, que presta apoio a vítimas de violência sexual, informou que recebeu denúncias de assédio envolvendo Almeida, que nega as acusações.

Em nota, o ministro chamou as suspeitas de "ilações absurdas" e afirmou que acionou a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa.

Na sexta-feira, o então ministro foi exonerado do governo. O caso, que será investigado pela Polícia Federal, foi revelado pelo portal Metrópoles. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que teria confirmado o assédio em reunião interna.

Também na sexta-feira, a ministra pediu respeito a sua privacidade, mas afirmou que "não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência".