Consumo

Intenção de Consumo das Famílias no Recife apresenta aumento tímido de 1,3%

No recorte por famílias de até 10 salários mínimos, a alta foi de 1,8%, enquanto as de menor renda registraram 1,5%

Consumo nos lares brasileiros

Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no Recife atingiu 96,9 pontos, registrando uma alta de 1,1% em relação a julho. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio PE) e se referem a agosto de 2024.

O levantamento reflete a percepção de consumidores sobre emprego, renda, crédito e consumo na capital pernambucana.

O nível de consumo teve alta de 1,3%, embora a análise detalhada mostre diferenças entre faixas de renda. Famílias com até 10 salários mínimos registraram um aumento de 1,8%, enquanto as de maior renda tiveram uma queda de 1,5%. Além disso, a perspectiva de consumo para os próximos meses se manteve estável, com variação de 0,3% no geral.

O Presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, avaliou a perspectiva de consumo das famílias recifenses: “O aumento gradual da perspectiva de consumo representa uma notícia positiva para os empresários; no entanto, ainda há um considerável espaço para o avanço ao otimismo” 

Por outro lado, o consumo atual acende um alerta, especialmente para as famílias de menor renda, com um índice de 79% indicando pessimismo nas avaliações dos consumidores, de acordo com o presidente.

Emprego

A pesquisa revela que a percepção sobre o emprego atual se manteve estável, com uma variação de 0,2%, atingindo 110,3 pontos. A avaliação da renda atual também apresentou crescimento de 2,1%, indicando que parte das famílias recifenses percebe uma melhora nas condições econômicas.

Entre as famílias com rendas mais baixas, o índice de emprego atual aumentou 0,3%, enquanto a renda teve alta de 2,2%. Já entre as famílias com rendas mais elevadas, a avaliação de emprego recuou 0,7%, com a renda apresentando variação positiva de 0,6%.

Crédito

Já o acesso ao crédito se manteve estável, com variação de apenas 0,1%, indicando que a intenção pelo recurso não sofreu alterações no último mês. Famílias com renda acima de 10 salários mínimos relataram uma melhora de 0,6% no acesso ao crédito, enquanto as de menor renda não registraram variação significativa.

Bens duráveis

O momento para aquisição de bens duráveis, como eletrodomésticos e móveis, teve um aumento de 2,9%, atingindo 80,9 pontos. Este dado aponta um maior interesse das famílias em investir em produtos de maior valor agregado, especialmente entre as de maior renda, que apresentaram uma alta de 1,6% no indicador.

De acordo com Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, os resultados da pesquisa indicam uma leve recuperação no otimismo das famílias em Recife.

“Os dados sugerem que a melhora na renda e o avanço moderado no consumo atual. No entanto, o mercado de crédito permanece seletivo e o mercado de trabalho ainda apresenta desafios, especialmente devido ao elevado nível de informalidade no Estado.”

O economista lembra que, embora o emprego formal tenha mostrado retração, muitas famílias têm recorrido a atividades informais para lidar com a realidade econômica e manter o consumo.