homenagem

No Dia Mundial da medula óssea, Hemope homenageia doadores

A ação integra a mobilização internacional para a doação de medula óssea, celebrada em setembro

Hemope realiza ação para homenagear os doadores de medula óssea. - Clarice Melo/Folha de Pernambuco

A Fundação Hemope promoveu um evento especial nesta terça-feira (10), quando é comemorado o Dia Mundial da medula óssea. Foram homenageados 19 doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

A ação integra a mobilização internacional para a doação de medula óssea, celebrada em setembro. O evento visa reconhecer os doadores com a entrega de certificados de agradecimento, além de incentivar a adesão de novos candidatos ao Redome.

"A gente fez essa ação para declarar para o mundo inteiro nossa gratidão para os doadores que entraram no nosso banco de dados. Essas pessoas de cadastraram voluntariamente para ajudar alguma pessoa com quem tivessem compatibilidade, e, no fim, salvar vidas", comentou a coordenadora do banco de doadores de medula óssea do Hemope, Josiete Tavares.

Por mais que a celebração principal tenha sido nesta terça, a ação segue durante todo o mês de setembro. O Hemope vai promover palestras para a campanha, e também distribuir cartazes no transporte público para alcançar a população de forma mais ampla e fortalecer a conscientização sobre a questão.

Josiete Tavares, coordenadora do banco de doadores de medula óssea do Hemope. - Foto: Clarice Melo/Folha de Pernambuco

Celebração
O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, comemorado no dia 17 de setembro, foi instituído pela World Marrow Donor Association para celebrar o marco de 25 milhões de doadores ao redor do mundo.

Hoje, a data é uma ocasião para agradecer aos mais de 42 milhões de doadores registrados em diferentes países, que ajudam a manter um banco de dados global para encontrar doadores compatíveis.

Doações que transformam vidas
É por meio de ações como essa que as doações se mostram ainda mais relevantes, justamente por transformarem vidas.

Uma dessas pessoas foi Karina Brito, empresária de 47 anos, que teve a vida impactada - e, porque não, salva - por conta da doação. Ela foi diagnosticada com leucemia em outubro de 2018, e a única chance de sobreviver era por meio de um transplante de medula óssea. Após uma longa e difícil espera, em abril de 2019,  ela conseguiu fazer o procedimento e está saudável até hoje. A doadora foi uma mulher chamada Gabriele, do banco de Coritiba (PR). Embora nunca a tenha conhecido, a receptora guarda muito carinho pela doadora.

"O transplante que eu recebi representa a minha cura. Se não fosse isso, eu não estaria aqui hoje. A gente reforça a importância da doação, principalmente para os mais jovens, já que o cadastro vai de 18 a 35 anos. Por mais que as chances de compatibilidade sejam baixas, de um para 100 mil pessoas, ainda é possível que alguém encontre uma Gabriele como eu encontrei. Ela é um anjo que Deus colocou na minha vida", afirmou a receptora.

O doador de medula óssea, Vilberto Valença, fez a primeira doação há um ano, e explicou que era doador de sangue desde os 20 anos. Ele decidiu fazer o cadastro no Redome há dois anos e foi chamado para fazer a doação de medula óssea já no ano passado.  

"Através da medula você pode salvar uma vida. No meu caso, a gente recebeu todo o acompanhamento, o pessoal do Redome monitorou a gente. O que me marcou muito nesse processo foi a entrevista com o redome, quando me explicaram todo o procedimento que ia ser feito e que a pessoa para quem eu estava doando era uma criança de 16 quilos, aquilo mexeu muito comigo. A gente também é acompanhado após a doação, a gente faz uma bateria de exames para ver como é que está a nossa imunidade, como é que estão os parâmetros sanguíneos. E o processo não foi doloroso como muitas pessoas pensam", disse Vilberto.

Outra pessoa participando ativamente desse processo é Márcia Beatriz de Oliveira, estudante de 24 anos, que se cadastrou como doadora no ano passado. À época, ela participou de uma ação da faculdade no Hemope e, por não ter peso suficiente para doar sangue, ela optou pelo banco de medula óssea. Em maio deste ano, ela recebeu a notícia de que vai poder ajudar a salvar uma vida, na próxima quarta-feira (18). 

"Recebi a notícia de que havia uma possível compatibilidade, e, desde então, estou me preparando. Primeiro fiz uma bateria de exames, e agora estou na última etapa. Neste sábado vou começar um a para tomar um tratamento que vai estimular a produção de medula óssea no meu sangue para a doação. Estou muito ansiosa, porque é a chance de salvar uma vida. Não sei quem é a pessoa que vai receber essa doação, mas tenho certeza que ela também está ansiosa", contou.



Requisitos
Qualquer pessoa entre 18 e 35 anos com boa saúde pode se tornar um doador voluntário de medula óssea.

Os candidatos à doação assistem a palestras e vídeos educativos, depois assinam um termo de consentimento para doar, todas as dúvidas deverão ser esclarecidas antes da assinatura, assinar o termo de consentimento significa que o doador concorda em dar prosseguimento ao processo e que tem a intenção de doar.

Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue para testes de histocompatibilidade (HLA). É indispensável levar um documento original com foto, ter o conhecimento do número do CPF e levar o CNS (Cartão Nacional de Saúde), se possuir.

"Você pode ser um doador de medula óssea e estamos te chamando. É um banco nacional, então precisamos traçar o perfil genético da população. Mas eu sempre acho que esse banco pode e deve aumentar, porque, assim, vamos poder impactar mais pessoas", finalizou Josiete Tavares.