BRASILEIRO

Especialista em avião e balão e produtor cultural: quem é o piloto que desapareceu na Venezuela

Conhecido como Pedro Buta, homem está desaparecido desde o dia 1° de setembro

Piloto desaparecido Pedro Buta - Reprodução

Pedro Rodrigues Parente Neto, de 37 anos, se apresenta como instrutor de voo. Natural do Rio de Janeiro, ele gerenciava o perfil "Céu Livre Aerodesporto" nas redes sociais, onde oferecia o ensino do curso de piloto de avião, balão, speedfly e paraquedista, assim como pacotes de voos turísticos e de saltos em aeronaves.

Em maio passado, ele se envolveu em um acidente aéreo no Acre, no Norte do país, ainda investigado pela polícia.

Conhecido compro Pedro Buta, ele está desaparecido desde o dia 1° de setembro, última vez em que entrou em contato com a família.

Segundo a Polícia Federal, o homem estava viajando em um o monomotor Bellanca Aircraft, quando sumiu na Venezuela.

Na descrição da página "Céu Livre Aerodesporto", Pedro Rodrigues afirma ser "Micro Empreendedor Individual. Habilitado como Piloto comercial de Avião e Instrutor de Voo. Ator, Músico Registrado na Sated/RJ e produtor cultural".

Ele descreve a Céu Livre como uma "empresa de ensino e turismo", contudo, não foi possível localizar o CNPJ dela.

Além disso, ele completa o informativo afirmando que "trabalha com o ensino do curso de piloto privado de avião, piloto de balão, paraquedista e piloto de speedfly", e vende "voos panorâmicos de balão, avião e helicóptero. Saltos de paraquedas dos três tipos de aeronaves, voos de parapente e asa delta".

Acidente no Acre, em maio
No dia 20 de maio deste ano, Pedro Rodrigues se envolveu em um acidente no Acre, onde realizou um pouso de emergência no rio Tarauacá.

À polícia, ele contou ter sido contratado por Wesley Evangelista de Olinda para fazer um voo do Espírito Santo ao Amazonas, e que suspeitava de um esquema de sabotagem contra ele.

Os dois haviam se conhecido, naquele mês, em um grupo do WhatsApp sobre aviação. Até o momento, o caso não foi totalmente esclarecido.

Em depoimento à época, Pedro contou ter escolhido a rota que passava pelo Acre por já conhecer o trajeto, incluindo pontos de abastecimento.

Durante as investigações, a polícia descobriu que Wesley Evangelista havia sido preso, em 2019, por tráfico internacional de drogas e, um ano antes, era conhecido por ser chefe de uma organização criminosa na região.

O piloto negou saber do histórico de Wesley, afirmando que aceitou o serviço porque o avião estava regular.

Outro ponto sem resposta é a presença de uma terceira pessoa no voo. Segundo a equipe do Corpo de Bombeiros que fez o resgate, havia mais um piloto na aeronave, identificado como Genésio Rodrigues de Olinda.

O avião, de pequeno porte, tinha capacidade para transportar apenas duas pessoas. Aos agentes, Pedro disse que não conhecia o homem e que, provavelmente, se tratava de um pescador que estava no rio onde o pouso aconteceu.

A suspeita de sabotagem relatada por Pedro diz respeito a um processo movido por ele contra uma empresa de táxi aéreo no Norte.

Segundo o piloto, o proprietário permita que os funcionários trabalhassem em situações deploráveis, alimentando-se de comidas estragadas e dormindo em alojamentos precários. Além disso, afirmava que os mesmos eram obrigados a fazer o transporte de pessoas em número acima do suportado pelos aviões.